Eu acredito profundamente na importância que tem falhar. Nós falhamos desde que nascemos, é assim que aprendemos, é assim que nos aperfeiçoamos, é assim que crescemos. O simples processo de aprender a andar implica “falhar” e cair centenas de vezes! Mas depois, quando a dimensão social começa a formar-se no nosso desenvolvimento, ganhamos consciência de que os outros pensam coisas sobre nós.
É aqui muitas vezes que se começa a ficar com medo de que pensem mal (ou nos gozem) de cada vez que nos virem falhar. E é assim que começamos a nem sequer tentar. E se não tentamos nem arriscamos, não falhamos, mas também não aprendemos, não evoluímos, não nos tornamos cada vez melhores, seja lá isso o que for para cada um.
Um dia destes alguém me disse: “As pessoas andam infelizes porque não erram” e a frase deixou-me a pensar. A infelicidade pode sim vir do medo, da condenação pelos outros (e por si mesmo) e da habituação à inércia do medo de errar.
Tenho uma sugestão, e que tal se se focar mais no processo de tentar, na actividade que está a fazer, seja aprender a tocar um instrumento, seja preparar uma formação, seja aprender a gerir emoções? Vai certamente falhar, mas isso é porque está a aprender e como diz Beckett, vai falhar cada vez melhor. Tenta de novo, falha de novo, tenta melhor, falha melhor! Falhar significa que se arrisca, que se tenta, que se vive.
Então, vai ficar aí sentado quieto ou vai falhar?
Ana Sousa - Psicóloga Clínica
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