A tuberculose é uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, normalmente designado por Bacilo de Koch. É um importante problema de saúde pública, como doença infecciosa que continua a atingir as sociedades em desenvolvimento mas que começa a criar situações preocupantes em sociedades desenvolvidas como a nossa, em virtude das resistências que o bacilo de Koch tem perante terapêuticas descontinuadas ou quando aparece associado a doenças foro imunológico como acontece no caso da SIDA.
Transmissão e sintomas
A transmissão é feita por tosse, espirros e gotículas produzidas por indivíduos que eliminam os bacilos para o ambiente. A doença pode atingir vários órgãos, entre eles o pulmão, os rins, os ossos e as meninges, ou disseminar-se por todo organismo. Pode levar a sequelas graves como insuficiência respiratória, lesão neurológica permanente e morte
Tosse constante e frequente por mais de três semanas já deve ser encarada como um sinal clínico importante e suficiente para procurar o médico de família, pois a tuberculose pulmonar apresenta tosse persistente, com catarro de aspeto amarelado, às vezes com sangue, febre baixa no final do dia, suores noturnos, perda de peso, falta de apetite e fraqueza generalizada.
Nos casos em que a sua sintomatologia não é detetada atempadamente aumentam os riscos de resistência do bacilo dificultando a solução do quadro clinico como acontece igualmente no grupo de doentes toxicodependentes em que o Bacilo de Koch aparece com elevadas resistências em consequências de terem tomado antibióticos em terapêuticas descontinuadas
Em Portugal, temos dados atuais que nos permitem afirmar que portadores de VIH estão afetados pela tuberculose com um peso significativo que atinge os de cerca de 16 por cento no Porto, 18 por cento em Setúbal e 25 por cento em Lisboa
O conjunto de sintomas e a radiografia ao tórax levantam a suspeita de tuberculose pulmonar, mas o diagnóstico definitivo é conclusivo após deteção do Mycobacterium tuberculosis no escarro. Chamado de exame direto por coloração de Ziehl-Nielsen, este exame faz uma análise direta da secreção excretada pelos pulmões.
Preferencialmente deve-se colher o escarro também para isolamento do microrganismo em cultura, exame em que a secreção é colocada em meios líquido e sólido para o desenvolvimento do bacilo de Koch. Esses dois testes podem ser feitos em diversos outros materiais biológicos além do escarro, quando houver suspeita de comprometimento de outros órgãos que não o pulmão.
Este quadro clinico tem vindo a ganhar peso na nossa sociedade pelo que advogamos que a prevenção, através de exames adequados realizados atempadamente, pode evitar situações que são detetadas tardiamente, na sua fase de desenvolvimento da doença com resistências do bacilo cada vez mais difíceis de solucionar. Como doença infecciosa que é, quanto mais tempo passar sobre o seu rastreio e controle, maiores os riscos sociais evidentes
Neste quadro social não podemos deixar de lamentar que o SNS pela comparticipação que faz deste exame, apenas permita a realização do mesmo em meio sólido (método Lowenstein – Jensen) pelo qual apenas ao final de dois meses e meio se consegue obter um resultado positivo ou negativo. Em contrapartida, se o SNS comparticipasse como deveria, a técnica de análise pelo meio líquido (muito mais cara) permitiria a obtenção de resultados numa semana, evitando assim que um doente com um Bacilo de Koch (positivo) contamine a comunidade onde vive, sendo diretamente responsáveis por esse fator as autoridades de saúde.
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