Com o calor todos nós transpiramos.
«A transpiração é o funcionamento das glândulas
sudoríparas e serve para reequilibrar
a temperatura corporal», define Manuela
Cochito, dermatologista.

Na prática, através
dela conseguimos manter o organismo à temperatura
ideal.

Embora seja um mecanismo
natural, algumas pessoas têm glândulas sudoríparas
que exageram ao estímulo, produzindo
um suor excessivo (hiperhidrose). Segundo
a especialista, as situações «mais raras são
as de transpiração generalizada mas existem
ainda casos localizados (com hiperhidrose
nas mãos, pés ou axilas)».

Transpiração excessiva

Embora se saiba que, por exemplo, quem sofre
de obesidade transpira mais do que os indivíduos
magros, não se pode afirmar que haja pessoas
mais susceptíveis para a produção de suor.

«A
tendência para maior ou menos sudação é sobretudo
genética», refere a dermatologista. Este
fenómeno pode ocorrer a vários níveis, como na
hiperhidrose gustativa em que a pessoa transpira
excessivamente quando come um alimento
picante.

«Há quem sofra de hiperhidrose palmar
(transpiração nas mãos) ao ponto de nem conseguir
escrever», acrescenta Manuela Cochito.

Boas notícias

No caso de hiperhidrose, os tratamentos podem ser «tópicos com derivados do alumínio, chamados antitranspirantes (que pode
encontrar em grande número no mercado
e tentam controlar a transpiração) e a iontoforese,
uma terapia que envolve a aplicação
de correntes eléctricas com um aparelho
próprio, o Drionic.

As pessoas podem
comprá-lo e fazer o seu tratamento em casa.
Se se submeterem ao tratamento diariamente,
durante determinado período de tempo,
conseguem colocar as glândulas sudoríparas
em repouso», explica a dermatologista.

Geralmente, a iontoforese deve ser realizada
durante cerca de meia hora por dia, até
controlo da sudação, seguida de uma manutenção
que pode variar de pessoa para pessoa
(consoante a gravidade do caso).

Veja na página seguinte: Como o botox a pode ajudar a resolver o problema

Avanços médicos

Uma das novidades ao nível do tratamento da
hiperhidrose é o botox que permite controlar o
problema durante quatro a seis meses.

O resultado
é óptimo, principalmente na hiperhidrose
localizada nas axilas.

«É inócuo, não tem efeitos
secundários e tem resultados fantásticos.
A qualidade de vida do paciente melhora imenso
», garante Manuela Cochito.

Em casos mais graves, recorre-se à simpatectomia,
uma cirurgia que só pode ser aplicada em
quem sofre de hiperhidrose axilar e palmar e na
qual «é cortado o nervo simpático que estimula
as glândulas sudoríparas e a pessoa deixa de suar
nessa zona», explica.

O que pode fazer para reduzir a transpiração

Os conselhos
de Manuela
Cochito,
dermatologista, para prevenir e minimizar o problema:

1. O ideal é usar roupa
larga de algodão e evitar
peças com fibras.

2. Justifica-se que procure
um dermatologista
se a transpiração alterar
a sua qualidade de vida.

3. Os antitranspirantes
têm sulfato de alumínio
que ajuda a diminuir a
sudação das glândulas.
Os desodorizantes
apenas controlam a
proliferação bacteriana
responsável pelo mau
odor do suor. «Nunca se
provou uma correlação
destes produtos com o
cancro da mama, pelo
que a sua utilização é
segura», afirma Manuela
Cochito.

Texto: Cláudia Pinto