O teste - Ac. SARS-CoV-2 IgG e IgM - é uma análise sanguínea (imunoensaio por quimioluminescência in vitro) que determina quantitativamente os anticorpos das classes IgM e IgG para o novo coronavírus (SARS-CoV-2, geralmente designado por COVID19), indicando se o indivíduo já foi portador da doença.

Apresenta uma especificidade clínica de 98,7% e uma sensibilidade clínica de 98,5%, quando usado em combinação, com especial indicação de realização nos casos clínicos de:

  • Indivíduos que estabeleceram contacto com doentes COVID19 confirmados, após período de quarentena de 14 dias;
  • Indivíduos assintomáticos que foram ou não contacto de doentes COVID19 confirmados;
  • Pacientes com doença ligeira (e consequente baixa carga viral) e resultados negativos para COVID19;
  • Avaliação da resposta imunológica após infeção aguda por COVID19.

Interpretação de resultados do teste serológico Ac. SARS-CoV-2 IgG e IgM:

  • O anticorpo IgM é detetável na maioria dos casos entre 7º-10º dia, embora nos casos mais graves possa ocorrer entre o 3º e o 5º dia após o início dos sintomas;
  • O anticorpo anti-SARS-CoV-2 da classe IgG é detetável entre o 10º e o 20º dia depois do início dos sintomas. Se for indetetável após 20 dias do início dos sintomas (ou 23-25 depois do início da infeção), a infeção por COVID19 pode ser excluída;
  • Durante a fase de convalescença, os anticorpos IgG podem aumentar cerca de 4 vezes em relação ao valor da fase aguda;
  • Não existe evidência de que o surgimento dos anticorpos IgM/IgG anti-SARS-CoV-2 garanta a não transmissão do vírus;
  • Os doentes imunocomprometidos podem ter cargas virais mais elevadas, libertação viral mais prolongada e resposta imune comprometida.

Este teste serológico visa indicar se o indivíduo já foi portador do vírus, como tal não deve ser usado para o diagnóstico da infeção por COVID19, em que o único teste validado é realizado por técnica de Biologia molecular (RT-PCR).

Pacientes curados após a exposição a um vírus podem apresentar uma imunidade protetora duradoura. No entanto, a evidência científica atual ainda não permite afirmar que um título elevado de anticorpos IgG anti SARS-CoV-2 garante imunidade efetiva ou duradoura.

Um artigo de Germano de Sousa, Médico Especialista em Patologia Clínica