A sífilis é uma doença sexualmente transmissível muito contagiosa de causa bacteriana. Apesar de o contacto sexual ser a principal forma de transmissão, por via vaginal, oral ou anal, nalgumas ocasiões esta patologia, que tem vindo a aumentar em vários países, pode ser transmitida pela saliva, pela partilha de roupas ou de casas de banho, bem como da mãe para o feto durante a gravidez, no caso da sífilis congénita.
Esta doença é causada pela bactéria Treponema pallidum e permanece muitas vezes sem um diagnóstico concreto pela ausência de sintomas ou pela semelhança da sua sintomatologia com a de outras doenças sexualmente transmissíveis. Em meados de 2018, uma equipa de microbiólogos da Universidade de Connecticut, nos EUA, analisou geneticamente a bactéria com a pretensão de desenvolver uma vacina.
Apesar de a sífilis não ter uma prevalência tão elevada como as outras doenças de transmissão sexual, em Portugal, o número de bebés que nascem com sífilis, quando comparado com outros países europeus, continua a ser elevado, o que traduz um aumento do número de adultos infetados, um sinal de que a doença se está a tornar mais prevalente. Em 2016, a prevalência era de 2,4% nos portugueses com 18 ou mais anos.
Como posso saber se tenho sífilis?
A sífilis pode ser diagnosticada com uma simples análise ao sangue. Os sintomas desenvolvem-se normalmente nos 21 dias seguintes à infeção, podendo este intervalo ser entre os 10 e os 90 dias. Os sintomas da sífilis variam com o estágio da doença, podendo ser considerados três estágios. Os primeiros sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de uma ou mais feridas ou úlceras na zona genital ou noutra área de contacto sexual.
De cor avermelhada, são habitualmente indolores. A presença destas úlceras pode durar entre três a seis semanas, sendo frequente estas passarem despercebidas devido ao seu carácter indolor. Durante esta fase, a sífilis é facilmente transmitida e pode progredir caso não seja administrado tratamento. Após o desaparecimento dos primeiros sintomas sem tratamento, é comum a sensação de que a doença esteja curada.
Mas tal não é habitualmente verdade. Alguns meses mais tarde, desenvolve-se o segundo estágio da patologia, caracterizado por erupções cutâneas, pela garganta inchada, por febre e/ou por uma sensação de mal-estar. Outros sintomas incluem ainda dores musculares, perda de peso e gânglios inchados, que podem desaparecer com ou sem tratamento, como alertam muitos especialistas, nacionais e internacionais.
Em caso de dúvida, vá ao médico. Cerca de um terço das pessoas não tratadas desenvolvem, geralmente após alguns anos sem sintomas, sífilis terciária, onde as consequências podem ser graves e levar potencialmente à morte. Nesta fase, a bactéria responsável pela sífilis ataca vários órgãos do corpo, incluindo o cérebro, sendo responsável por lesões nos olhos, no aparelho cardiovascular, nos ossos e nas articulações.
Como prevenir e tratar a sífilis?
A única forma de prevenir esta infeção é evitar o contacto sexual ou apenas ter contacto sexual com alguém testado negativamente à doença. Por a principal forma de transmissão ser sexual, pode reduzir a probabilidade de contágio ao recorrer a contracepção de barreira como o preservativo e o dique/lençol de borracha no caso de sexo oral na mulher. A confiança entre o casal é essencial e fundamental.
Tanto para prevenir a sífilis como outras doenças sexualmente transmissíveis. Discutir formas de prevenção e estabelecer uma relação sólida com o parceiro é importante para manter um ambiente conjugal saudável e evitar circunstâncias onde a transmissão desta e de outras doenças é facilitada.
Se diagnosticada atempadamente, pode ser facilmente tratada com o recurso a antibióticos, nomeadamente penicilina benzatina. Se permanecer sem tratamento, para além de poder contagiar o seu parceiro, pode correr o risco de complicações graves.
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