O prolapso genital é uma alteração desagradável que geralmente ocorre às mulheres depois do parto, da menopausa ou da remoção cirúrgica do útero. Cerca de um terço das mulheres têm um prolapso a dada altura das suas vidas. Muitas mulheres não procuram ajuda médica.

Os músculos, os tecidos conjuntivos, a pele, os nervos e a área em torno da vagina formam uma rede complexa que sustenta órgãos, tecidos e estruturas.

Esta rede também inclui as paredes da vagina. Se alguma parte do corpo enfraquece, pode provocar o prolapso genital ou o colapso da vagina.

Nesse caso, partes corporais tais como o útero, a bexiga, a uretra, o intestino delgado, o recto ou a vagina podem sair do seu lugar porque já não estão apoiados. Sem tratamento ou uma operação, podem descair ainda mais na direcção da vagina ou mesmo passar pela abertura da vagina, o que afecta fortemente tanto a vida sexual como diversas funções corporais.

Tipos de prolapso genital

  • A chamada rectocele (prolapso do recto) é o colapso da parede de trás da vagina. As consequências são detectadas no funcionamento dos órgãos digestivos, na forma de flatulência ou da saída acidental de fezes líquidas.
  • A cistocele (prolapso da bexiga) resulta do deslizamento da parede frontal da vagina e é detectada através de exame ginecológico. Provoca perdas acidentais de urina quando são efectuados esforços ligeiros, tal como tossir, espirrar ou durante a prática de exercício físico.
  • A enterocele (prolapso do intestino delgado) é o enfraquecimento das estruturas superiores da vagina.

Prolapso uterino

O prolapso uterino ocorre em resultado do enfraquecimento dos tecidos conjuntivos localizados na parte superior da vagina. O útero descai e assim enfraquece as paredes frontais e traseiras da vagina.

As mulheres sentem normalmente o prolapso uterino através de uma dor no baixo abdómen, uma sensação dolorosa entre a vagina e o recto, uma sensação de peso ou de arrastamento. Os peritos distinguem várias classes de prolapso uterino.


Prolapso da cúpula vaginal

O prolapso da cúpula vaginal ocorre em resultado de uma histerectomia, isto é, a remoção cirúrgica do útero. Uma vez que fica um espaço por preencher no seu interior, 10% das mulheres apresentam este tipo de prolapso depois do procedimento cirúrgico referido.

Devido ao prolapso, as paredes vaginais começam a descair porque ficam enfraquecidas. Pode também acontecer que a parte superior da vagina seja empurrada para a abertura vaginal, que pode virar a vagina do avesso.

Sintomas de prolapso genital

Os sintomas dependem do tipo de prolapso. As mulheres descrevem o prolapso como uma sensação de peso na vagina, de arrastamento e dor. Os seguintes sintomas podem surgir em qualquer tipo de prolapso:

  • Pressão na vagina
  • Dores durante as relações sexuais (dispareunia)
  • Uma protuberância perto da abertura vaginal
  • Dores mais intensas quando estão deitadas
  • Uma inflamação do sistema urinário
  • Determinados tipos de prolapso podem provocar dificuldades na micção, perdas acidentais de urina, flatulência ou aumento da dimensão da abertura vaginal. Algumas mulheres não apresentam tais sintomas, apesar do prolapso.

Tratamento do prolapso genital

Caso apresente estes sintomas, deve imperativamente procurar ajuda médica. Muitas vezes é necessário submeter-se a uma operação, mas o tratamento depende do tipo de prolapso, das suas causas e desenvolvimento, e se a mulher é sexualmente activa.

Novas e melhores técnicas cirúrgicas permitem que os cirurgiões restabeleçam a posição dos órgãos. A mulher pode voltar a um nível normal de actividade após três meses. Assim, os problemas que afectam a vida sexual também são resolvidos.

Mesmo em casa, quando se estiver a restabelecer, o seu ginecologista provavelmente irá aconselhá-la a evitar levantar objectos pesados, assim como efectuar qualquer esforço.

Em alternativa à cirurgia, pode usar pessários vaginais. Estes anéis são utilizados para controlar o prolapso uterino, e também funcionam como um contraceptivo. Têm que ser retirados e limpos regularmente para evitar infecções.

Os exercícios Kegel também são recomendados para fortalecer os músculos vaginais, enquanto a terapia de substituição hormonal tem o mesmo efeito sobre os músculos vaginais.

A responsabilidade editorial e científica desta informação é da
Intimate Medicine