O primeiro de outubro é o dia dedicado às pessoas idosas de todo o mundo, assinalado no ano de 1999, como o Dia Internacional do Idoso. Estima-se que cerca de 20% da população portuguesa tenha mais de 65 anos, colocando o país entre os mais envelhecidos da União Europeia. É um facto que a esperança média de vida tem vindo a aumentar, encontrando-se entre os 69 e os 73 anos, no entanto, é necessário alertar para pequenos grandes pormenores que podem fazer a diferença na vida dos nossos idosos.
É com o aumento da longevidade que surgem problemas de saúde associados à terceira idade, e um dos mais comuns é o desenvolvimento de presbiacusia, doença que leva a uma deficiência auditiva provocada pelo envelhecimento das células dos ouvidos. Na verdade, estima-se que, em Portugal, cerca de 30% das pessoas com mais de 50 anos tem algum tipo de problema auditivo.
Esta patologia pode afetar cerca de 70 a 80% das pessoas com mais de 75 anos, visto que à medida que os anos aumentam, o aparelho auditivo tem tendência a degenerar-se. E porquê? As causas passam não só pela exposição constante dos ouvidos a ambientes ruidosos, como também pela utilização de medicamentos prejudiciais aos mesmos. É importante avaliar também o quadro clinico da pessoa, nomeadamente o uso crónico de antibióticos, de aspirina, de anti-inflamatórios que podem contribuir para o desenvolvimento da patologia. O tabagismo, a hipertensão e os diabetes podem ser também causas que propiciam problemas nos ouvidos.
Por esse motivo, é fundamental uma prevenção. A partir do momento em que se detetem alguns sintomas relacionados com a perda de audição, como a necessidade de aumentar o som da televisão ou falar num tom muito alto, é urgente fazer um diagnóstico com um especialista. Pedir uma repetição constante de frases ou mesmo a existência de zumbido nos ouvidos, podem ser sinais de alerta.
É importante ter presente que sofrer de presbiacusia significa uma diminuição da qualidade de vida e consequentemente uma perda de vida social, uma vez que esta patologia influencia a capacidade de relacionamento com os outros, levando consequentemente ao isolamento.
No entanto, com o avanço tecnológico atual no setor da saúde, existem inúmeras soluções para casos de perda auditiva mais avançada, como aparelhos auditivos bastante discretos e eficazes, que se adaptam aos diferentes tipos de problemas, pessoas e ambientes.
Alexandra Marinho, Audiologista da GAES – Centros Auditivos de Portugal
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