Que o cálcio e a vitamina D fazem bem aos ossos todos sabemos, mas o que ninguém desconfiava é que o aporte de vitamina D durante a gestação e a infância pode determinar o risco futuro de vir a ter osteoporose. Esta descoberta, realizada por cientistas britânicos e apresentada num congressos da International Osteoporosis Foundation, em Toronto, há uns anos, despertou o interesse da comunidade científica internacional.
Enquanto as investigações prosseguem, saiba o que pode fazer desde já, no seu dia a dia, para evitar a osteoporose. Uma patologia que, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Reumatologia tornados públicos em 2016, afeta 12% da população portuguesa. No caso das mulheres, a percentagem chega aos 30%. Na população feminina com mais de 50 anos, os números são mais assustadores, chegando aos 39%.
Era uma vez o osso
O esqueleto humano é composto por 206 ossos que, ao longo da vida, estão em constante renovação. É um processo complexo, cujo equilíbrio é afectado com o avançar da idade. Gradualmente, a densidade óssea diminui e aumenta o risco de fratura. Estamos perante a osteoporose. O facto de ser uma doença isenta de sintomas torna difícil a sua detecção, o que muitas vezes só acontece quando o doente já tem uma lesão.
As mais frequentes são as do punho, da anca e da coluna vertebral, sendo que esta última pode não provocar dor e é, regra geral, descoberta por radiografia. O alvo predilecto da osteoporose tem, por norma, mais de 50 anos, pertence ao sexo feminino, é de raça branca ou asiática, tem baixa estatura e pouca massa corporal. Mas estes não são os únicos fatores que a colocam na mira da osteoporose.
Antecedentes genéticos, ausência prolongada de menstruação, menopausa precoce e doenças, como hipertiroidismo e anorexia, devem ser considerados. O estilo de vida é também determinante. Assim, se faz uma dieta pobre em cálcio, fuma, consome bebidas alcoólicas ou ricas em cafeína e não pratica desporto, tente corrigir as lacunas alimentares, iniciar-se numa modalidade desportiva que seja do seu agrado e, em simultâneo, eliminar os maus hábitos.
Os conselhos dos especialistas
A prevenção é a melhor arma contra a osteoporose. Tome nota!
- Siga uma dieta rica em cálcio, obtendo-o através de laticínios, vegetais, leguminosas e frutos secos. A dose diária de cálcio recomendada é de 1500 mg. Um copo de leite ou um iogurte equivalem a 300 mg e uma fatia de queijo a 200 mg.
- Pratique exercício físico regulamente.
- Apanhe sol, usando sempre protetor solar. Os raios solares sintetizam a vitamina D no organismo.
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O exame que deteta a osteoporose
A densitometria óssea (na imagem) é o exame que, por excelência, deteta esta patologia. Uma vez feito o diagnóstico, é escolhido o tratamento mais adequado. Este pode incluir a toma de fármacos para restabelecer os níveis hormonais, alterados na fase da menopausa. Muitos especialistas recomendam também fármacos que atuam ao nível do osso, prevenindo a perda ou estimulando a sua formação.
A toma de suplementos de cálcio e vitamina D é geralmente recomendada para pessoas acima dos 50 anos. O acompanhamento médico é importante, pois permite actuar sobre a densidade óssea e melhorar a qualidade de vida da pessoa. Estudos internacionais apresentados anteriormente revelam que oito em cada 20 mulheres (40%) e três em cada 20 homens (15%) irão sofrer uma ou mais fraturas osteoporóticas ao longo da sua vida.
Texto: Raquel Cunha
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