Apesar de ser a doença que mais preocupa as mulheres europeias, segundo um estudo elaborado pela GFK para a farmacêutica Roche tornado público em fevereiro de 2017, na hora de a prevenir são muitas as que descuram o autoexame da mama. "O sintoma mais frequente do cancro da mama é um nódulo que se deteta ao palpar as mamas ou as axilas", sublinha Fátima Cardoso, médica oncologista.

"Acontece ainda muito em Portugal a mulher sentir um nódulo, notar que o mamilo segrega um líquido ou está mais para dentro e desvalorizar, demorar meses a ir ao médico. Essa decisão pode marcar a diferença entre a vida e a morte. A mamografia é um exame indispensável, mas mais importante ainda é a mulher estar atenta a qualquer sintoma que surja", alerta a especialista.

Quando fazer

Faça o autoexame da mama todos os meses, uma semana após o fim do fluxo menstrual. Se já não for menstruada, estabeleça um dia do mês para o fazer.

Onde fazer

Pode fazer o autoexame da mama em frente a um espelho ou no duche. Se o fizer no banho, o sabão facilita a palpação.

Como proceder

Utilize a ponta dos dedos, mas evite usar as unhas. Faça movimentos circulares e percorra as mamas e as axilas, seguindo as indicações que os especialistas recomendam e que pode também ver na ilustração que se segue.

Autoexame da mama continua a ser ignorado por milhares de mulheres

1. Coloque-se em frente a um espelho. Observe a forma, simetria, cor e textura da pele de ambas as mamas. Compare e verifique se há alterações nos mamilos ou nas covas na pele.

2. Levante os braços, colocando as mãos sobre a cabeça. Verifique se surge alguma assimetria ou pele repuxada.

3. Aperte suavemente os mamilos. Esteja atenta se segregam algum líquido.

4. Deite-se e coloque uma almofada por baixo das costas, do lado que vai examinar. Coloque o braço desse lado debaixo da nuca e palpe a mama com a mão oposta. Esteja atenta a nódulos ou outras alterações. Repita a operação.

Quando fazer a mamografia

Também desvalorizado por muitas mulheres, este é um exame de imagem ao tecido mamário, obtido através de raio-x de baixa dose. Este procedimento de diagnóstico pode detetar irregularidades, como nódulos ou calcificações, que podem ser sinal de tumor ou de cancro, "antes que sejam descobertos por palpação", sublinha a diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud em Lisboa.

A idade certa para fazer uma mamografia

É uma técnica de rastreio prioritária a partir dos 50 anos. Fátima Cardoso, oncologista médica, recomenda que a mulher "faça uma primeira avaliação com mamografia e ecografia aos 35 anos para ter uma avaliação de base que sirva de comparação no futuro. Depois, a partir dos 40 anos, recomendo que se repita a mamografia de dois em dois anos ou de três em três anos, em função do risco da mulher", refere.

Outros exames que podem ser necessários

A ecografia é outra técnica que permite obter uma imagem através de ultrassons e que, geralmente, é utilizada como complemento da mamografia, embora seja frequente fazê-la isoladamente antes dos 30 anos. Outro exame que pode ser usado em complemento à mamografia é a ressonância magnética, que utiliza um campo magnético intenso para a obtenção de imagens mais detalhadas.

Texto: Catarina Caldeira Baguinho e Nazaré Tocha com Fátima Cardoso (médica oncologista e diretora da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud em Lisboa)