Ocupa o primeiro lugar na lista dos cancros mais frequentes no sexo feminino e, apesar da idade habitual de diagnóstico situar-se entre os 45 e os 50 anos, esta doença pode aparecer logo aos 30 anos. «Uma em cada dez mulheres irá ter cancro da mama, em algum momento da sua vida», alerta o Portal de Oncologia Português. Dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro indicam que, em Portugal, surgem todos os anos cerca de 4.500 novos casos. A boa notícia é que, cerca de 90% dos casos, quando detetados atempadamente, são facilmente curáveis.

Porque pode surgir mais cedo?

Não existem dúvidas quanto ao pico de prevalência do cancro da mama: a sua incidência aumenta consideravelmente a partir dos 40 anos. Contudo, em alguns casos, pode desenvolver-se mais cedo, nomeadamente na terceira década da vida e, muito raramente, antes dos 30 anos», confirma Ana Paula Avillez, médica imagiologista, especialista em senologia.

«Cerca de 80% dos casos de cancro da mama ocorrem esporadicamente. Por isso, a melhor forma de se proteger desta doença, é estar alerta», frisa a especialista. «Se houver história familiar de cancro da mama, a vigilância médica deve começar 10 anos antes da idade em que a doença foi diagnosticada no familiar. O médico avaliará a situação, caso a caso», refere ainda Ana Paula Avillez.

Como prevenir

Faça uma dieta equilibrada e pobre em calorias e procure manter o peso adequado. Estudos indicam que dietas hipercalóricas e a obesidade aumentam o risco de desenvolver cancro da mama. Pratique exercício físico regularmente (cerca de 30 minutos por dia). A mamografia, exame que permite detetar o cancro da mama, está recomendada, anualmente, só a partir dos 40 anos (mesmo sem sintomas e sem fatores de risco).

Até aqui e a partir dos 20 anos, a forma mais eficaz de detetar a existência de nódulos é a partir do autoexame da mama, que deverá efetuar todos os meses. Engravidar antes dos 30 anos pode fazer diferença. «Estudos sugerem que as mulheres que tiveram o primeiro parto acima dos 30 anos e as que nunca tiveram filhos têm um risco acrescido de padecer desta neoplasia», alerta a especialista Ana Paula Avillez. A amamentação também tem um papel protetor contra o cancro da mama.

Sinais de alarme

A imagiologista Ana Paula Avillez indica os aspetos a que deve estar atento e que apesar de não significarem diretamente que tenha cancro da mama, justificam a consulta de um especialista:

- Deteção de um nódulo durante a palpação

- Alteração da cor da pele do peito (tom avermelhado)

- Retração ou repuxamento da pele

- Existência de corrimento mamilar

- Mamilo(s) invertido(s)

Texto: Sofia Cardoso com Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em senologia)