As principais medidas preventivas da COVID-19 podem dividir-se em dois grandes grupos:

1. As medidas que evitam ou reduzem significativamente a transmissão direta e indireta dos vírus SARS-CoV-2 (contágio) entre pessoas: lavagem/desinfeção das mãos, etiqueta respiratória, desinfeção das superfícies, uso de máscara facial/viseira, distanciamento físico, quarentenas, isolamento profilático, ventilação adequada dos espaços interiores e desinfeção do ar ambiente;

2. As medidas que evitam que uma pessoa que tenha sido contagiada desenvolva a doença COVID-19 ou, pelo menos, que evitem formas graves dessa doença: vacinação.

Os biocidas/germicidas/desinfetantes são agentes que provocam a morte ou a inativação de vários tipos de micro-organismos (bactérias, vírus, parasitas, fungos e leveduras), sendo utilizados para a desinfeção das mãos, das superfícies, da água (para beber, para lavar alimentos crus, como saladas e frutas, para piscinas) e do ar ambiente.

Os biocidas, que por definição não são medicamentos, podem ser produtos químicos (soluções alcoólicas, água oxigenada, produtos clorados, permanganato de potássio, produtos iodados, cloreto de benzalcónio, amoníaco, permetrina e similares, icaridina, ozono…) ou agentes físicos (radiação ultra-violeta B ou C, vapor seco…).

Pela sua própria natureza, a maioria dos biocidas é perigosa para os seres humanos, animais e ambiente, mas podem ser usados de forma segura pela maioria das pessoas, desde que não sejam ingeridos, inalados ou injetados e se respeitem as suas normas de utilização.

O ozono e a radiação ultra-violeta, são tão agressivos que não podem ser usados na presença de seres humanos e animais de estimação.

O dióxido de cloro, por ter um efeito oxidativo muito intenso, é um dos biocidas mais potentes. É utilizado correntemente para a desinfeção de superfícies, de redes de águas e da água de tanques e piscinas. Por ser muito alcalino, exerce um efeito corrosivo potente e prolongado sobre a maioria dos órgãos do nosso corpo, podendo provocar vómitos, febre, tosse irritativa, conjuntivites, queimaduras dos olhos, das vias aéreas, da boca, faringe, esófago e estômago se for colocado na pele ou for ingerido ou inalado em doses tóxicas, o que limita o seu uso como desinfetante externo do corpo e do ar ambiente.

Havendo interesse em utilizar de forma segura o dióxido de cloro como agente esterilizador do ar ambiente em presença de pessoas ou animais, foi preciso encontrar uma solução que juntasse eficácia e segurança permitindo o seu uso como um complemento às medidas habituais de prevenção das doenças infeto-contagiosas transmitidas por via aérea.

Uma empresa sul-coreana conseguiu desenvolver um dispositivo capaz de emitir um gás invisível, incolor, inodoro e não irritante de dióxido de cloro, em doses de tal modo baixas que são inofensivas para os seres humanos, animais de estimação e plantas domésticas, mas que são suficientes para matar uma grande variedade de bactérias, fungos e vírus existentes no ar ambiente e em superfícies, entre os quais os vírus influenza e os coronavírus SARS-CoV-2, responsáveis, respetivamente, pela gripe e pela presente pandemia de COVID-19.

Este dispositivo elimina até 99,93% de vírus, 99,99% de bactérias e 99,8% de bolores em espaços interiores até 10 metros quadrados e é muito seguro porque o dióxido de cloro que emite atinge normalmente concentrações no ar de 0.03 ppm (partes por milhão), muito abaixo do limiar de segurança definido para a exposição em humanos de 0.1 ppm.

Em Portugal, este pequeno e versátil dispositivo (prepara-se em segundos – a produção do dióxido de cloro faz-se dentro do próprio dispositivo após a sua activação -, tem uma autonomia de 30 a 40 dias, é leve e portátil) tem o nome de Dr. Sheeld, é distribuído em exclusivo pela MyPharma e apresenta-se em 3 versões: para uso doméstico, para o automóvel (veículo) e para o frigorífico (neste caso, destina-se à redução dos maus cheiros e à melhoria da conservação dos alimentos frescos, pela eliminação de germes no seu interior).

Não tem interesse para espaços abertos, mas apenas para espaços fechados, como habitações, escritórios, lojas, salões de beleza, cabeleireiros, ginásios, cafés, restaurantes, elevadores, automóveis, táxis, autocarros, comboios, aviões, etc.

A sua portabilidade permite que uma pessoa se mantenha protegida (e aos que a rodeiam de perto) com um único dispositivo, desde que o transporte sempre consigo e o deixe libertar o seu princípio ativo nos vários locais que vai frequentando.

Atenção: este tipo de dispositivos não trata infeções, não dispensa o cumprimento rigoroso de todas as normas exigíveis pelas autoridades de saúde para a prevenção das doenças infeto-contagiosas (nomeadamente da COVID-19) e não deve dar uma falsa sensação de segurança e de imunidade a quem o utilize, devendo ser considerado como um complemento que reforça a nossa segurança e reduz as hipóteses de sermos contagiados por micro-organismos infecciosos em ambientes fechados.

Um artigo do médico Viriato Horta, especialista de Medicina Geral e Familiar.