A noção de magnetismo já há muito que é conhecida. As primeiras referências conhecidas acerca deste conceito remontam a mais de 3500 anos, mais propriamente à Idade do Ferro, no antigo Egipto, China e Índia.

Foi por volta dessa altura que se descobriu uma pedra especial, a magnetita, que atraía as limalhas de ferro e, inclusivamente, aderia a objectos de metal.

Mais tarde, no século XIX, Michel Faraday (físico e químico inglês, considerado o fundador do biomagnetismo e da magnetoquímica), estudou o comportamento de um íman em redor de uma corrente e confirmou que toda a matéria é atraída ou repelida por um campo magnético. Estava estabelecida a génese da Magnetoterapia.

A Magnetoterapia é uma técnica, cada vez mais utilizada em hospitais e clínicas de reabilitação física, que se tem revelado muito eficaz no alívio da dor, no aceleramento dos processos de cura de fracturas e lesões e na defesa do organismo frente a inúmeras patologias.

O ponto de partida é o magnetismo, ou a «propriedade de orientação de substâncias metálicas causada por alguns materiais (magnetos), como define Carlos Evangelista, ortopedista no Hospital Ortopédico de Sant’ Ana e responsável pela unidade de Ortopedia da CínicaCuf Cascais.

De acordo com o especialista, «a Magnetoterapia é eficaz por causa das frequências de baixa intensidade que usa, que criam campos magnéticosque interferem com estruturas celulares, exponenciando a recuperação das condições fisiológicas do equilíbrio». O seu espectro de aplicação é bastante vasto mas são de destacar as suas vantagens, particularmente, no campo da Ortopedia e Traumatologia, Medicina Desportiva, Reumatologia e Medicina Geral.

Como se aplica?

Tal como explica Carlos Evangelista, «os campos magnéticos podem ter duas formas de aplicação: por solenoide (magneto que produz um campo magnético médico quando ligado à corrente eléctrica) ou por contacto. A nossa preferência recai sobre a forma solenoide, pois é mais abrangente e tem um maior potencial terapêutico».

Quais os seus benefícios para a saúde?

As patologias que podem ser aliviadas, melhoradas e curadas através da Magnetoterapia são várias. Mais especificamente, a técnica é útil em lesões musculares, na consolidação de fracturas, pubalgias, lesões post-trauma, ombro doloroso, neuropatias periféricas, insuficiência venosa crónica, incluindo alterações tróficas, neurites periféricas e doenças inflamatórias articulares.

Para além disso, «normaliza a condutividade eléctrica, estimula a reacção dos anticorpos, tem um efeito antiálgico [diminui a dor], melhora a osteogenese [formação óssea], aumenta a actividade eléctrica nas áreas de fracturas, aumenta a vascularização e diminui os edemas», acrescenta Carlos Evangelista

Não há bela sem senão, costuma dizer-se mas, no caso da Magnetoterapia, as contra-indicações «são poucas e quase óbvias», garante Carlos Evangelista.

Para o justificar, o especialista aponta os casos em que a técnica não é aconselhada a pessoas numa situação de «gravidez, actividades virais, diabetes juvenil, implantes metálicos na zona a tratar, tuberculose, neoplasias, pacemaker...».

Magnetoterapia para leigos

O organismo humano é constantemente sujeito a traumatismos, infecções e doenças que fazem com que as células percam energia e que o corpo se ressinta, provocando dor. A aplicação de campos magnéticos favorece a circulação sanguínea e permite que essas células se regenerem, devolvendo ao corpo o equilíbrio perdido.

Como funciona uma sessão de Magnetoterapia

Não há nada mais simples. O paciente só tem de se deitar numa marquesa e deixar que o especialista faça percorrer o solenoide deslizante nas zonas afectadas. Segundo Carlos Evangelista, este modo de aplicação «tem benefícios para o paciente, pois permite tratar grandes zonas».

Cada sessão dura cerca de 25 minutos e o tratamento é completamente indolor. Quanto ao número de sessões, esse, é variável e «depende da patologia a tratar e do seu tempo de evolução, mas temos situações em que as melhorias são evidentes ao fim dois a três dias. A título de exemplo, numa rotura muscular, com 10 tratamentos, obtêm-se resultados óptimos», conclui.

Onde fazer?

Fisicontrol
Rua Armando Cortêz, Edifício Interface, nº 5 – Paço de Arcos
Telefone: 214 402 310/8
Internet: www.fisicontrol.pt
Preço: Aproximadamente 25 € por sessão

Texto: Madalena Alçada Baptista com Carlos Evangelista (assistente graduado em Ortopedia no Hospital Ortopédico de Sant’Ana, na Parede e responsável pela unidade de Ortopedia da CínicaCuf Cascais)