As espécies pertencentes ao género Listeria são bactérias em formato de bacilo curto gram-positivo positivo anaeróbias facultativas. Deste género apenas a Listeria monocytogenes e a Listeria ivanovii podem ser patogénicas para animais ou humanos.
As espécies de Listeria existem no ambiente e podem fazer parte do microbioma intestinal sem provocar doença.
A maior parte das gastroenterites devido a Listeria tem origem em alimentos contaminados, os sintomas começam após 24h e a doença dura aproximadamente dois dias.
Os casos mais graves de listeriose são sépsis, meningite e encefalite com uma taxa de mortalidade que pode chegar aos 50%.
Há casos descritos de infeções nosocomiais e surtos de Listeria em ambiente hospitalar.
O período de incubação da Listeria é muito variável podendo ir de 1 dia até 2 ou 3 meses.
Doentes com alguma situação concomitante, nomeadamente leucemia linfóide crónica, cancro, transplantação de órgãos, alcoolismo ou doença hepática, grávidas e pessoas com mais de 60 anos de idade têm uma probabilidade entre 100 a 1000 vezes superior de terem listeriose.
O tratamento mais utilizado para as listerioses continuam a ser a ampicilina ou amoxicilina podendo, dependendo do caso, associar-se um aminoglicosídeo. Têm resistência intrínseca a cefalosporinas, fosfomicina e ácido fusídico. A resistência a tetraciclina, cloranfenicol e macrólidos está descrita em algumas estirpes. Em caso de alergia o trimetoprim/sulfametoxazol pode ser opção terapêutica. Antibióticos como o linezolide e vancomicina têm boa suscetibilidade in vitro e mostram eficácia clínica.
A Listeria normalmente é isolada em líquido cefalorraquidiano, sangue ou em outra amostras normalmente asséticas. O isolamento destas estirpes em fezes pode ser sinal de colonização e nem sempre é sinónimo de listeriose.
Um artigo do médico Germano de Sousa, especialista em Patologia Clínica.
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