A HBP é, como o próprio nome diz, o aumento benigno da próstata.
Este aumento é próprio da idade, ocorre em todos os homens, não é uma doença maligna nem degenera para cancro.
«É uma doença benigna que só é necessário tratar se os doentes apresentarem sintomas», esclarece Avelino Fraga, diretor do Serviço de Urologia do Hospital de Santo António.
Segundo o especialista, os sintomas mais comuns são o jato urinário mais lento, fraco e demorado, não esvaziar completamente
a bexiga, urinar mais frequentemente e com urgência ou levantar-se várias
vezes por noite para urinar. Esta doença pode ou não necessitar de tratamento, dependendo da intensidade dos sintomas e do modo como perturbam a qualidade de vida dos doentes. Depois dos 50 anos, a maioria dos homens tem a próstata aumentada. «Esta é uma doença própria do envelhecimento e é tão normal como ter cabelos brancos», adianta o urologista.
Como prevenir
O aparecimento de sintomas obstrutivos ou irritativos pode ser um indicador de que a próstata está aumentada, pelo que é o momento de avaliar a situação. «O diagnóstico precoce permite iniciar um tratamento médico que melhore os sintomas e impeça que a próstata continue a aumentar», alerta a APU. Se identificar alguns destes sintomas, a APU aconselha a falar de imediato com o seu médico:
Sintomas urinários obstrutivos
- Dificuldade em iniciar a micção
- Jato mais fino, fraco, curto e, por vezes, interrompido
- Gotejo terminal
- Esforço para urinar
Sintomas urinários irritativos
- Necessidade de urinar com mais frequência
- Levantar-se várias vezes de noite para urinar
- Sentir urgência em urinar
- Ter perdas de urina
Os doentes, em primeiro lugar, devem queixar-se ao médico de família
para uma primeira avaliação.
«O especialista deve verificar se os
sintomas são ligeiros ou não e se a doença merece investigação e, perante
os exames, encaminhar para um urologista se se justificar», salienta o urologista do Hospital de Santo António.
Aconselha-se a realização do PSA (antigénio
específico da próstata) que não é mais do que uma análise ao sangue que,
na maioria das vezes, é pedida pelo médico de família uma vez por ano.
«Esta análise doseia uma substância libertada pela próstata para a
corrente sanguínea, permitindo distinguir entre doença benigna e cancro
da próstata, mas a sua alteração deve ser confirmada através do toque
retal», recomenda a APU.
Como tratar
Existem duas classes de medicamentos para a
HBP. Os alfa bloqueantes e os inibidores da 5 alfa redutase que, até há
pouco tempo, eram tomados separadamente. «Hoje em dia, já existe à
disposição um único fármaco que os associa. O grande avanço é que os
doentes só tomam um comprimido que facilita o esvaziamento da bexiga,
por um lado, e que vai retardar o crescimento da próstata», adianta
Avelino Fraga.
Quer na consulta, quer no tratamento, o papel da mulher é fundamental.
«Dá algumas indicações importantes que o homem desvaloriza e decoramais
facilmente as recomendações do médico para além de lembrar o companheiro
acerca da medicação e dos cuidados que deve fazer», adianta o
urologista do Hospital de Santo António. Os doentes que não respondam ao tratamento farmacológico ou tenham
complicações (infeções, urinar sangue e/ ou retenção urinária) devem ser
orientados para centros de Urologia, pois provavelmente necessitam de
cirurgia.
Texto: Cláudia Pinto com Avelino Fraga (diretor do Serviço de Urologia do Hospital de Santo António)
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