O edema, mais conhecido por retenção de líquidos, é causado pela acumulação de fluídos nos tecidos corporais.

Isto acontece, sobretudo, quando o sistema linfático (encarregue de drenar os fluidos presentes na linfa e de os direcionar para a corrente sanguínea) falha. Apesar do edema poder afetar qualquer parte do corpo, é mais frequente nas mãos, braços, pés, tornozelos e pernas.

Inchaço e/ou dor nas zonas do corpo afetadas, rigidez das articulações, pele fina e brilhante, aumento súbito de peso, abdómen inchado, entre outros, são os principais sintomas que denunciam a retenção de líquidos. Se evoluir e não for tratado correta e atempadamente, o edema pode levar ao aumento do inchaço, acompanhado de dor, dificuldades em caminhar e rigidez das zonas afetadas.

O seu agravamento provoca maior risco de infeção da zona afetada, depósitos fibrosos nos tecidos, diminuição da circulação sanguínea e menor elasticidade das artérias, veias, articulações e músculos. Para além disso, o edema é não só um problema em si mesmo como também pode ser um sintoma de doenças, a que importa estar atenta.

Existem vários fatores que promovem a retenção de líquidos.

Entre eles, destacam-se:

- O sedentarismo

Ficar em pé ou sentada durante muito tempo faz com que os líquidos fiquem retidos na área inferior das pernas.

- As temperaturas elevadas
O corpo elimina com maior dificuldade os líquidos nos meses de calor.

- As alterações hormonais
O período pré-menstrual, a toma da pílula e a gravidez favorecem a retenção de líquidos.

- Carência nutricional
A
falta de vitamina B1 (tiamina) pode provocar retenção de líquidos.
Ocorre em situações muito raras e pode, nesses casos, levar a
insuficiência cardíaca.

- Alguns fármacos
Os
anti-hipertensores, corticosteroides e anti-inflamatórios não
esteroides, estrogénios, são os principais medicamentos que podem
provocar retenção de líquidos.

- Algumas doenças
As patologias que afetam os rins, fígado, coração, pulmões ou tiroide podem causar edema.

- O tipo de alimentação
Uma dieta muito rica em sal também pode contribuir para a retenção de líquidos.

- O excesso de peso
O peso corporal acima do recomendado é também uma causa frequente.

Os principais tratamentos

Depois do diagnóstico e dependendo da
causa e gravidade, o médico indicar-lhe-á o tratamento mais adequado. O diagnóstico do edema inclui geralmente a avaliação do
historial médico e análises ao sangue e à urina, entre outros exames
para despistagem de potenciais doenças associadas.

O tratamento do edema poderá contemplar o recurso a diuréticos (fármacos que estimulam os rins a eliminarem a água e o
sódio em excesso no organismo), ou estratégias ao nível do estilo de vida.

Contudo, caso o edema
tenha na sua origem uma doença ou a toma de certos fármacos, será
necessário atuar através de medicação específica para a patologia
subjacente ou de ajustes na terapêutica farmacológica seguida. Da mesma
forma, se estiverem em causa carências nutricionais serão feitas
recomendações a nível alimentar.

Outras doenças por detrás do edema

A
retenção de líquidos pode denunciar a existência de doenças que são,
assim, fatores de risco para a sua formação. As mais comuns são:

- Doenças renais, como síndrome nefrótica e glomerulonefrite aguda.

-
Insuficiência cardíaca. Quando o coração não funciona de forma eficaz o
organismo tenta compensar o problema e começa a reter fluído, o que
conduz à congestão das veias e acumulação de líquido nas cavidades
corporais.

- Doenças pulmonares crónicas, como o enfisema pulmonar.

- Doença hepática, como cirrose.

- Doenças da tiroide, como hipotiroidismo.

- Artrite. As articulações tendem a inchar com a acumulação de fluidos.

- Reações alérgicas. Nas pessoas mais suscetíveis, o corpo tem tendência para inchar como resposta a determinados alergénios.

-
Insuficiência venosa crónica. As válvulas das veias das pernas,
enfraquecidas, deixam de conseguir bombear o sangue para o coração.

Texto: Madalena Alçada Baptista
com João Maia (fisioterapeuta) e Eugénia Isidoro (médica especialista em medicina geral no British Hospital Lisbon XXI)