O seu organismo precisa de ser limpo. Esta é uma boa altura para devolver ao
corpo a sua capacidade natural de auto-cura.
Para isso,
só tem de alterar a sua alimentação, praticar exercício
físico, evitar os químicos e ouvir o seu corpo.
Depois do
programa, sentir-se-á mais saudável, com mais energia,
terá perdido alguns quilos e a sua pele falará por si. Do que
está à espera?
Não arranje desculpas para continuar a cometer excessos
que prejudicam verdadeiramente a sua saúde. Está na altura de adquirir novos hábitos. Fique a conhecer este programa com a ajuda do
próprio Alejandro Junger, da nutricionista Alva Seixas
Martins e da fisiologista do controlo de peso Teresa
Branco. E mãos à obra!
Ritmo frenético
Alejandro Junger nasceu no Uruguai e, até ir para Nova Iorque para fazer o internato
de Medicina, tinha um estilo de vida saudável. Mas na cidade que nunca dorme,
o seu ritmo de vida alterou-se radicalmente. Sem tempo para cozinhar, comia na
cafetaria do hospital e das poucas vezes que ia ao supermercado ficava fascinado com
os produtos pré-cozinhados. O resultado disso foi um gradual aumento de peso, uma
sensação de exaustão constante, insónias, alergias, problemas de digestão e, para agravar
ainda mais a situação, sentia-se deprimido, apesar de gostar do seu trabalho.
Os psiquiatras diagnosticaram-lhe um desequilíbrio químico, mas como não lhe
apontaram uma razão para o seu estado, Junger recusou-se a tomar antidepressivos.
Optou por pesquisar sobre o tema na medicina convencional mas também nas tradicionais,
tendo chegado à conclusão que os seus problemas derivavam das toxinas que
o seu organismo tinha em excesso devido a seu desregrado estilo de vida.
Excesso de toxinas
Seguindo essa teoria, o cardiologista decidiu fazer uma desintoxicação e começar
a meditar. O resultado foi tal que Junger decidiu desenvolver o seu próprio
programa detox que deu origem ao livro «Clean - The Revolutionary Program to
Restore the Body’s Natural Ability to Heal Itself». O seu objectivo principal, tal como
nos disse em entrevista, «é criar as condições certas para que o nosso organismo
comece a auto-curar-se» e resolver problemas de excesso de peso, alergias, fadiga
crónica, dores de cabeça, insónias, depressões, problemas digestivos, prisão de
ventre e envelhecimento precoce.
Problemas estes que Junger atribui sobretudo
à presença excessiva de toxinas no organismo. Para Teresa Branco, ainda são necessários
mais «estudos científicos que fundamentem esta teoria». Mas o certo é
que muitos destes problemas «estão relacionados com alterações de origem fisiológica
que, por sua vez, são originadas pelo stress, pela genética ou pelo estilo de
vida», afirma a mesma especialista.
Auto-cura
Para o cardiologista, o corpo é uma fonte de restauração, regeneração e mesmo
de rejuvenescimento, mas para ser bem sucedido nessas funções tem de
estar saudável. Caso contrário o processo de auto-cura depara-se com obstáculos
que bloqueiam a função das células, as reacções químicas e com a falta de
ingredientes necessários para que o processo ocorra. Evitar comida processada,
optar o mais possível por produtos orgânicos e remover as bactérias prejudiciais
do sistema digestivo são as regras para eliminar as toxinas que, de acordo
com Junger, irritam os tecidos, danificam as células, forçam a inflamação, provocam
alergias e estimulam os mecanismos de defesa.
«Durante os 21 dias do programa, as pessoas conseguem reactivar o seu sistema
de desintoxicação, suportar o processo de detox através da nutrição e aumentar a
eliminação. O que nos faz viver mais, melhor e parecermos mais jovens», realça o
cardiologista. «Esta desintoxicação natural envolve vários órgãos, como a pele, o
fígado, os rins, os intestinos, o sistema digestivo», explica Alva Seixas Martins.
Somos o que comemos
Segundo Junger, há necessidade de fazer programas de detox porque a forma
como vivemos e comemos diminui o trabalho desses órgãos e o resultado é
a acumulação de toxinas. Isto porque, como descreve o médico, «hoje em dia
a maior parte das pessoas que vivem nos centros urbanos é constantemente
bombardeada por químicos que se encontram na água, na atmosfera, nos
cosméticos, nos produtos de higiene e de limpeza, e nos alimentos». Inimigos
aos quais, Alva Seixas Martins, acrescenta «o excesso calórico».
Veja na página seguinte: O(s) problema(s) do excesso calórico
Para a nutricionista Alva Seixas Martins não restam dúvidas. Este excesso calórico, derivado de maus hábitos de nutrição, muitos deles herdados culturalmente, é mesmo a principal toxina que invade o nosso corpo. No entanto, Junger é de outra opinião. «Quando se repete com frequências Tal como realça Junger, «nem todos os programas detox são iguais e alguns A nutricionista aponta ainda como vantagens o facto O programa foi elaborado para ser feito durante Texto: Rita Caetano com Alejandro Junger (cardiologista), Alva Seixas Martins (nutricionista) e Teresa Branco (fisiologista do controlo do peso)
Teresa Branco, por seu lado, acredita mesmo que quem faça uma alimentação saudável diariamente
não precise deste tipo de programas.
«Mesmo que coma apenas alimentos naturais, orgânicos, não processados,
a quantidade, a frequência e a combinação do seu consumo podem torná-los
tóxicos e desacelerar o processo detox».
os mesmos alimentos, a sua toxicidade aumenta e há muitas pessoas a consumirem
apenas meia dúzia de alimentos quando a alimentação deveria ser variada», confirma a nutricionista.As vantagens
podem mesmo chegar a ser perigosos para a saúde». De acordo com Alva Seixa
Martins, o Clean Program, «funciona como uma dieta de restrição calórica,
com a vantagem de ser bastante equilibrado por incluir todo o tipo de nutrientes
e ter princípios positivos porque estimula a prática de actividade física,
do yoga e da meditação».
de não incluir alimentos processados e de estimular o aumento do consumo
de alimentos naturais. «Quando se dá esta mudança alimentar, são vários os
parâmetros da saúde que saem beneficiados e isso é facilmente perceptível.
As pessoas sentem-se mais limpas, emagrecem, a pele melhora, a pressão arterial,
os níveis de açúcar e colesterol no sangue diminuem e as pessoas sentemse
mais felizes», acrescenta.
três semanas e Teresa Branco realça que o nosso organismo está preparado
para este tipo de alimentação restrita durante um período limitado de tempo.
«Se for realizada durante muitos dias podemos ficar desnutridos», realça.
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