A cefaleia associada à atividade sexual é uma dor de cabeça severa «que se pode manifestar durante uma situação de excitação sexual», esclarece a neurologista Belina Nunes. «Geralmente, esta é acompanhada de sintomas como contração dos músculos do pescoço e maxilares (cefaleia pré-orgásmica), ou durante o orgasmo (cefaleia orgásmica), com características mais explosivas e intensas», acrescenta ainda a especialista.
«É uma condição relativamente rara que surge por volta dos 40 anos e que, embora seja mais frequente em pacientes que sofrem de enxaquecas, também pode ocorrer em pessoas sem outros tipos de cefaleias», refere ainda.
Quando procurar ajuda médica
De acordo com a neurologista, apesar de ser uma condição primária na maioria dos doentes, não estando associada a patologias intracranianas, exige sempre a avaliação de um neurologista e deve ser investigada logo após o primeiro episódio para despiste de possíveis disseções arteriais e/ou hemorragia subaracnoideia, através de uma ressonância magnética com estudo angiográfico.
«Se os exames revelarem alguma patologia arterial, como aneurisma cerebral, malformação ou disseção arterial, terá de ser rapidamente tratada através da abordagem endovascular ou cirúrgica», salienta Belina Nunes.
O que pode fazer
«Nos casos mais frequentes em que não existe patologia associada, o doente deverá manter-se o mais possível relaxado e liberto de ansiedade em relação à eventual ocorrência da cefaleia. Se as cefaleias persistirem e comprometerem o
bem-estar ou qualidade da vida sexual, poderá ser prescrita medicação preventiva (indometacina ou propanolol), adaptada à situação clínica de cada pessoa», aconselha.
«Nos doentes em que a cefaleia se prolonga durante muito tempo após o orgasmo, a toma de triptanos antes da relação sexual pode aliviar os sintomas e ajudar a tratar casos agudos de enxaqueca», conclui ainda a especialista.
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