A bexiga hiperativa consiste numa alteração funcional da bexiga que origina contrações
descontroladas do músculo detrusor, responsável
pelo esvaziamento deste órgão, dada a frequente necessidade de urinar.
Em vez de se
manter em repouso até a bexiga se encher de urina,
este o músculo contrai-se quando a bexiga ainda
está a encher.
Como resultado, esta esvazia-se
involuntariamente. Calcula-se que este problema, que pode manifestar-se em qualquer idade, afecte cerca de
30 por cento das mulheres em alguma fase da vida.
Sintomas
São vários os sinais a que deve estar atenta:
- Maior frequência de micções que, geralmente,
ultrapassa as oito vezes por dia
- Forte e súbito desejo de urinar e sensação de
perda iminente de urina
- O indivíduo sente desejo súbito e intenso
de urinar e, caso não o faça de imediato, pode perder
urina na roupa
- Frequência anormal de micções durante a noite
Tratamentos
Quanto mais cedo a patologia for tratada, maiores
são as hipóteses de ultrapassar o problema com
sucesso. Eis algumas soluções:
- Exercícios do pavimento pélvico
As pacientes devem ser ensinadas a contrair
corretamente os músculos do pavimento pélvico e
a executar vários exercícios musculares. Podem ser
realizados isoladamente ou com estimulação elétrica
ou pesos vaginais.
- Farmacoterapia
É o tratamento principal. Por exemplo, o succinato de
solifenacina é uma das terapêuticas mais utilizadas,
com efeitos eficazes na redução de sintomas como
os episódios de urgência, permitindo aumentar o
intervalo entre a primeira sensação de micção e o ato
de urinar de 12 para 31,5 segundos.
- Cirurgia
Se os fármacos não apresentam resultados, podem
ser aplicadas medidas cirúrgicas mais radicais, nomeadamente desinervação da bexiga, modulação nervosa,
ampliação da capacidade da bexiga ou derivação
urinária. Caso haja persistência dos sintomas, pode
realizar-se a injeção de toxina botulínica na bexiga.
Avanços clínicos
A Astellas Pharma apresentou dados relativos ao
desenvolvimento de uma nova classe de compostos que
demonstrou melhorar significativamente a incontinência
urinária e a frequência da micção, a partir da quarta
semana de tratamento. O fármaco obteve boa tolerância
e baixos níveis de efeitos adversos. Os resultados foram
apurados em dois ensaios clínicos de fase III.
Revisão: Paulo Dinis (urologista no Hospital de São João no Porto)
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