A maioria dos investidores portugueses não quer correr riscos. Preferem ganhar menos, mas ter a certeza de que o dinheiro está seguro. Esta é uma das principais conclusões do primeiro Barómetro Doutor Finanças de Hábitos Financeiros, realizado pela Universidade Católica.

Segurança vale mais do que rentabilidade

Segundo o estudo, 42% dos inquiridos escolhem os seus investimentos com base na segurança. A rentabilidade surge apenas em segundo lugar, com 22% das preferências.

Os dados mostram que as famílias portuguesas colocam a proteção do capital à frente de lucros potencialmente mais altos. Esta tendência é comum entre homens e mulheres, sem diferenças significativas.

Perfil conservador domina

O investidor português tem um perfil conservador. Não quer perder dinheiro. Prefere produtos com garantia de capital e prazos mais curtos, mesmo que o retorno seja baixo. Este tipo de investidor aceita ganhar pouco ou até nada, desde que o dinheiro esteja seguro. Já quem tem mais tolerância ao risco, com um perfil moderado ou agressivo, coloca a rendibilidade dos investimentos em primeiro lugar.

Depósitos e certificados lideram escolhas

O barómetro revela que apenas 52% dos inquiridos investem ou já investiram. Entre os portugueses que investem, 29% opta por depósitos a prazo. É o produto mais popular. Entre quem aplica dinheiro num único produto, 17% escolhe essa solução.

Os certificados de aforro ocupam o segundo lugar (15%). Seguem-se os investimentos em imóveis (11%), ações (10%) e fundos (9%). As criptomoedas ainda têm pouca adesão, sendo que apenas 4% investe nesse tipo de ativo.

Apoio para investir: 19% recorre à banca tradicional

Quando precisam de ajuda para investir, muitos portugueses preferem falar com familiares ou amigos (13%). Só 10% recorre a um gestor financeiro.

Ainda assim, a banca tradicional é a que mais se destaca. Cerca de 19% dos inquiridos preferem contar com a ajuda dos bancos. E 48% investe exclusivamente através destas instituições.

Apesar disso, quase metade dos inquiridos (49%) investe por conta própria, sem recorrer a terceiros. Entre estes, os homens são maioria, sendo que 28% diz que prefere tomar as decisões sozinhos.