Atualmente existe uma maior consciencialização da importância de uma alimentação saudável para uma maior qualidade de vida. Contudo surgem casos em que as recomendações alimentares são seguidas com extremismo, como é o caso da ortorexia. Esta perturbação pode acontecer em certos indivíduos, por norma com perturbações psiquiátricas, com uma personalidade obsessiva-compulsiva, ou resultante das pressões que a sociedade actual vincam sobre determinada imagem corporal.

As pessoas que sofrem de ortorexia rejeitam alimentos que não são naturais, saudáveis ou puros. Entre a grande variedade de alimentos que evitam encontram-se os alimentos transgénicos, as carnes, os enlatados, os alimentos ou bebidas com cafeína ou com outras substâncias químicas.

Os ortoréxicos caracterizam-se ainda por dedicar várias horas a examinarem o que comem. Lêem imenso sobre nutrição, assim como lêem rótulos alimentares minuciosamente. Chegam mesmo a não comerem em restaurantes por desconfiarem da qualidade das refeições.

Esta preocupação desmesurada com o que comem leva a que dediquem cada vez mais tempo a planear as suas refeições e menos tempo ao lazer.  Para além do apoio de um nutricionista para desmistificar ideias e orientar em termos alimentares, é fundamental um apoio de um psicólogo e/ou psiquiatra.

Podendo ou não a ortorexia ser classificada como uma doença do comportamento alimentar, reconhecida pela comunidade científica actual, é cada vez mais frequente encontrar pessoas com estas características na nossa sociedade. Ironicamente, a procura por uma opção mais saudável e pura, acaba por levar em alguns casos a distúrbios psicológicos ou mesmo físicos...

Assim, recomenda-se que haja uma alimentação equilibrada e variada, privilegiando os alimentos mais naturais, mas de forma descontraída e aprazível, sem entrar em extremos.

 

Dra. Joana Pinheiro

(nutricionista)