Os rins têm um papel crucial na manutenção do equilíbrio de nutrientes no organismo, assim como no balanço interno de líquidos e minerais. No entanto, se tiver uma doença renal, os seus rins podem não conseguir realizar estas funções da forma adequada, podendo comprometer a saúde. Neste sentido, pode ser necessário fazer algumas alterações na sua rotina alimentar.
Porque é que as pessoas com cancro têm de ter cuidados redobrados?
As pessoas com cancro do rim devem manter um estado nutricional adequado, de forma a lidar melhor com os tratamentos e complicações físicas que deles possam surgir, favorecer a recuperação e a qualidade de vida de uma forma geral.
No entanto, as pessoas com cancro têm, por norma, maior dificuldade em manter o seu estado nutricional, já que a doença pode provocar uma diminuição do apetite, perda de massa muscular e menor capacidade funcional. Além disso, como consequência dos tratamentos, a absorção dos nutrientes pode também ficar comprometida.
Neste sentido, a alimentação deve ser ajustada de acordo com a respetiva condição clínica e com outros fatores individuais, como idade, sexo, estado nutricional e condições de saúde.
Que alimentação devem privilegiar estes doentes?
De uma forma global, para pessoas com cancro do rim e/ou doença renal crónica, é aconselhável distribuir o seu dia alimentar por 5-6 refeições de pequeno volume e ajustar a ingestão de alguns nutrientes, nomeadamente sódio, potássio, fósforo, cálcio e proteína.
Sódio - Os rins saudáveis controlam a quantidade de sódio no organismo, ajustando também os mecanismos de sede e excreção de água associados. Se os rins não funcionarem bem, uma ingestão elevada de sódio pode causar acumulação de fluidos, inchaço, aumento da pressão arterial, entre outros.
Neste sentido, é muito importante limitar a ingestão deste mineral, trocando o sal por ervas aromáticas, limão ou especiarias na confeção e tempero das suas refeições.
Potássio - é importante para a função muscular, incluindo o músculo cardíaco. Contudo, níveis elevados ou demasiado baixos de potássio no sangue podem ser perigosos e comprometer a saúde cardiovascular.
A ingestão de alimentos com elevado teor de potássio como vísceras de animais, algumas frutas como banana, kiwi ou laranja, sumos ou néctares de fruta, frutos secos e oleaginosos, batata ou legumes crus, devem ser ajustadas com o seu nutricionista.
Fósforo - À medida que a função renal diminui, o fósforo pode começar a acumular-se no sangue. Níveis elevados de fósforo podem comprometer a saúde óssea e potenciar as calcificações vasculares.
Os alimentos com elevado teor de fósforo incluem produtos lácteos, chocolate, refrigerantes, produtos de charcutaria, ovos e alimentos processados com aditivos de fosfato.
Proteínas - O seu corpo precisa de proteínas para ajudar a construir músculos, reparar tecidos e combater infeções. No entanto, nestas circunstâncias, uma ingestão elevada de proteínas pode ser um fator de agravamento da doença renal crónica.
Por outro lado, a ingestão proteica também não poderá ser demasiado baixa, sob pena de comprometer o estado nutricional e diversas funções orgânicas, pelo que é importante garantir um balanço diário na ingestão.
A quantidade de proteínas de que necessita baseia-se em fatores individuais como condição clínica, peso, idade, prática de atividade física, entre outros.
24 - Quando a função renal se encontra comprometida, o balanço de líquidos pode ficar desequilibrado. Neste sentido, a ingestão de líquidos (incluindo bebidas, sopas, gelatina, gelados e gelo) deve ser ajustada de acordo com a quantidade de urina produzida diariamente e com o seu estado clínico.
Em suma, é possível concluir que a alimentação tem um papel central na saúde renal, sendo muito importante o acompanhamento regular por um nutricionista para adotar os melhores hábitos alimentares na sua situação específica.
Um artigo de Rita Lima, Nutricionista no Hospital CUF Porto.
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