Usar a tecnologia para produzir
alimentos que poderão prevenir e combater
doenças, como a obesidade, a osteoporose
e o cancro.

Esta é uma das linhas de
investigação que mais se destacaram no
congresso anual do Institute of Food
Technologist
(IFT), nos Estados Unidos da América,
que se realizou em junho de 2011 em Nova Orleães.

Para saber mais sobre estes artesãos da alimentação, como muitas vezes lhes chamam, falámos com Jackie
Koch, estudante e investigadora de
ciências alimentares da University of
Wisconsin-Madison, que lidera o projeto
que venceu a edição deste ano do concurso para jovens
cientistas promovido por este instituto norte-americano.

Nanotecnologia alimentar

O que estes engenheiros de sabores
ambicionam é associar a tecnologia mais
avançada a um modo de vida idealmente
natural, para que as pessoas sejam mais
saudáveis e possam usufruir de todos os
benefícios dos nutrientes fornecidos
pelos alimentos.

Uma visão vanguardista
da alimentação ou talvez não, pois todos
sabemos que a nossa saúde depende em
muito daquilo que comemos. Muitos
dos cientistas presentes no congresso
acreditam que estes alimentos poderão
mesmo vir a substituir alguns
medicamentos e, para isso, contam com a nanotecnologia.

No futuro, esta
ferramenta poderá ajudar a isolar princípios
biológicos como as fotomoléculas,
os polifenóis, os flavonóides e os
fitocompostos
presentes na fruta, vegetais
e plantas, que serão usados no fabrico
de produtos alimentares saudáveis.

Bebida premiada

A bebida vencedora do prémio do IFT já
está pronta a ser consumida e deverá ser
comercializada nos parques de diversão
da Disney, parceira no concurso. O
objetivo, como explica Jackie Koch, é
«substituir as bebidas gaseificadas e com
grandes quantidades de açúcar». Chama-se Pixie Dust e é um pó feito com fruta
fresca, mais precisamente framboesa e
maçã, que pode ser associado à água e ao
leite.

«Tem apenas 40 kcal, é isento de
gordura, contém um adoçante natural (a stevia) e é uma boa fonte de fibras e de
vitamina C. É a bebida perfeita para o
lanche das crianças e, se for associada ao
leite, os mais pequenos estarão a ingerir
uma porção de laticínios e de fruta em
simultâneo», afirma a investigadora.

«É especial porque mais
nenhum outro produto do género
contém fruta desidratada verdadeira para
dar sabor, cor e nutrientes», considera. Este pó é
elaborado através da liofilização, «que
torna os alimentos mais resistentes a
bactérias, como a E. Coli, e a sua grande
vantagem é alargar a vida de um fruto
natural sem que este perca vitaminas
ou fibras», explica Jackie Koch.

Portugal inventa embalagem comestível

Investigadores da Universidade do Minho criaram uma embalagem comestível que também aumenta a validade dos alimentos. No futuro, se a sua produção comercial avançar, esta poderá ser uma boa alternativa para quem tem por hábito levar o almoço de casa para comer no trabalho, uma tendência que tem vindo a aumentar em Portugal nos últimos anos, motivada sobretudo pela crise económica.

Texto: Rita Caetano com Jackie Koch (investigadora)