Afinal, o que há de tão especial no chocolate?
Existem pessoas com verdadeira compulsão e que chegam a fazer acompanhamento psicológico para tratar do vício, tamanho é o desejo irrefreável que sentem pelo chocolate.
Além disso, bombons são um presente bastante comum entre casais apaixonados - mas de onde vem esta sua fama romântica?
O chocolate é afrodisíaco e vicia
Parece que o chocolate, assim como o café e o chá, possui uma capacidade incomum para interagir com a química cerebral.<
Uma equipa de cientistas da Universidade de Michigan, descobriu que, bloqueando quimicamente receptores opióides no cérebro, era capaz de diminuir pela metade o consumo de chocolate em comedores compulsivos. As suas conclusões apontam indicam que "os opióides estão implicados no desejo intenso por alimentos ricos em açúcar e gorduras, particularmente chocolates".
Os pesquisadores também descobriram que o chocolate - assim como a cafeína - estimula a produção de um produto químico chamado feniletilamina. Esta substância tem sido associada há algum tempo ao "sentir-se apaixonado". É provável que explicação da sensação de extremo bem-estar ao devorarmos uma caixa de bombons passe por este caminho.
O chocolate contém nutrientes essenciais para a energia, bom humor e prevenção da insónia. Alguns destes nutrientes estão ausentes em boa parte da dieta e os cientistas acreditam que o chocolate seja a sua principal fonte. Comer vegetais folhosos verdes, como brócolos, é uma boa maneira de evitar o desejo intenso por chocolate, pois substitui algumas das substâncias que produzem o "vício".
O chocolate causa acne
Chocolate provoca a cáries
Pesquisas no Eastman Dental Centerin, em Rochester (estado de Nova Iorque) mostraram que o chocolate é rico em proteínas, cálcio, fosfatos e outros minerais, todos eles reconhecidamente protectores do esmalte dentário.
Em resumo, o açúcar contido no chocolate pode causar cavidades nos dentes, mas não é mais perigoso que o açúcar contido nos demais alimentos. O que importa é uma boa higiene bucal, e não o tamanho da caixa de bombons.
O chocolate não contém nutrientes e ainda por cima engorda
As pessoas tendem a superestimar as calorias do chocolate. Uma barra média contém cerca de 210 calorias. Ao contrário da crença popular, a maioria das pessoas acima do peso ideal não comem quantidades excessivas de bolos, doces e similares. Na verdade, a ingestão de açúcar nestas pessoas tende a estar abaixo da média. Mais importante para o controlo do peso é o total de calorias consumidas por dia e a quantidade de energia gasta em actividades físicas.
O chocolate contém mais de 300 substâncias químicas diferentes e vários nutrientes necessários ao corpo. Calcula-se que uma barra média contenha:
- 3 gramas de proteína
- 15% da necessidade diária de riboflavina
- 9% da necessidade diária de cálcio
- 7% da necessidade diária de ferro
A gordura (manteiga) presente no cacau dá ao chocolate a sua textura característica. Pesquisadores mostraram que esta gordura não aumenta os níveis sanguíneos de colesterol, principalmente devido ao alto conteúdo de ácido esteárico. Mais ainda: pesquisas recentes na Universidade da Califórnia mostraram que o chocolate apresenta níveis elevados de produtos químicos conhecidos como flavonóides e fenólicos - e sabe-se que alguns fenólicos podem diminuir o risco de doenças cardíacas.
Recentemente, por exemplo, pesquisas mostraram que doses moderadas de vinho tinto (um cálice por dia) exercem efeitos benéficos sobre o coração e acredita-se que isto se deva exactamente à presença destes compostos na bebida. Pois eles também estão presentes no chocolate.
O consumo compulsivo de doces está ligado a problemas psíquicos e orgânicos. Esta é a conclusão de especialistas em nutrição que se basearam em pesquisas e entrevistas com mulheres que têm uma vontade quase irresistível de comer doces, que verificaram que a voracidade por bombons pode ser tão doentia quanto a dependência do álcool ou drogas.
A ingestão de doces geralmente é para compensar algum problema ou melhorar o humor de quem sofre da compulsão. Mas, depois, irremediavelmente, os devoradores de doces começam a ter pesadelos com a balança. É natural.
Nas últimas décadas as pessoas seguem padrões de beleza que as obrigam a desejar um corpo esguio e perfeitamente modelado e, nos consultórios, as queixas são conhecidas: se a pessoa é gorda, o consumo de doces é seguido de complexo de culpa e de recriminações sobre a falta de força de vontade.
Investigadores afirmam que a compulsão pode ser uma adaptação do organismo para suprir a deficiência de seretonina, um dos neuro-transmissores responsáveis pela comunicação entre os neurónios.
A serotonina também interfere no estado de humor e na sonolência e, quando há uma diminuição dessa substância no cérebro, a pessoa sente necessidade de ingerir açúcar.
Mas é possível comer sem culpa, desde que haja um mínimo de autodisciplina. Quem tiver uma vontade incontrolável de comer doces e não for diabético, pode optar por compotas de fruta ou outros doces sem gordura.
O doce parece ter um significado afectivo na maioria das famílias. E, em casos de carência de afectiva, a compensação acaba no próprio doce.
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