A actividade física regular e moderada pode ser decisiva para sair de uma depressão grave, conclui um estudo coordenado por Jorge Mota Pereira, doutorando em Psicologia na Universidade do Minho e psiquiatra no Hospital de Magalhães Lemos, no Porto. O estudo, intitulado «Mexa-se! Pela sua depressão» venceu o primeiro prémio entre os 206 trabalhos apresentados no VI Congresso Nacional de Psiquiatria da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

A pesquisa envolveu 33 doentes da consulta externa de Psiquiatria do Hospital de Magalhães Lemos, todos sob medicação. Propôs-se a 23 deles a prática de 30 a 45 minutos de caminhada diária, durante três meses. Constatou-se que cinco deles ficaram curados (21 por cento), registando «uma taxa de remissão excelente», e outros quatro sentiram-se «muito melhor». Aliás, três estavam de «baixa» e voltaram ao emprego.

Os investigadores notaram que o grupo dos dez doentes apenas medicados, ao qual não foi proposta a prática de caminhada, alcançou resultados inferiores. O resultado justifica-se pelo facto de a actividade física produzir químicos cerebrais como a endorfina, que melhora o sistema imunológico e proporciona uma sensação de bem-estar.