A avelã é uma boa fonte de fibras, de cálcio, de ferro, de fósforo, de potássio, de magnésio, de enxofre, de sódio, de tiamina, de ácido fólico e de vitamina E. É, portanto, muito nutritiva e energética, antioxidante e vermífuga. Recomenda-se em casos de diabetes, tuberculose e hipertensão. É ainda aconselhada a desportistas, grávidas e adolescentes. Rica em arginina, que tem a capacidade de modificar a atividade dos recetores do colesterol, pode reduzi-lo e servir de regulador lipídico.
Na antiguidade, era utilizada principalmente para combater crises de rins, pois atribuíam-lhe a capacidade de dissolver os cálculos. O pólen das flores de aveleira é também um bom remédio para combater a epilepsia. Este fruto contém ainda inibidores de protease, que têm uma reconhecida acção anticancerígena. As folhas têm uma ação anti-inflamatória e adstringente.
Sendo recomendado como tónico venoso em situação de varizes, este fruto seco também serve para combater a fragilidade capilar e os edemas causados por insuficiência venosa. Esta fruta é ainda anti-diarreica e, em uso externo, alivia varizes, úlceras, hemerroidas e inflamações orofaríngeas. Na culinária, apesar de não serem as mais usadas, as avelãs são consideradas a mais digestiva das oleaginosas.
Na cozinha
Este fruto combina bem com pratos de aves e caça, pode ser usado para guarnecer pratos de peixe e crustáceos e é também muito utilizado na confecção de sobremesas, de bolos, de biscoitos e de cremes. Aconselha-se a conservação do miolo de avelã no frigorífico para evitar que rance.
O seu valor nutritivo
será ainda mais preservado se guardar as avelãs com casca e descascá-las só no momento de as utilizar. A manteiga de avelã é mais digestiva que a própria avelã. Em pastelaria, dá uma consistência mais cremosa que a avelã em pó e fica deliciosa barrada no pão.
Na horta
As aveleiras protegem e alimentam a vida selvagem. Podem plantar-se como plantas ornamentais, ou para sombreamento de outras plantas. As aveleiras em árvores ou arbustos são benéficas para as pastagens e noutros locais para afastar as moscas. As vacas gostam de mordiscar as suas folhas o que aumenta a quantidade de gordura no leite, enquanto que os taninos actuam como agente de limpeza do seu aparelho digestivo.
Nos humanos, no entanto, estes mesmos taninos podem irritar a mucosa do estômago. Tenha em atenção que os taninos encontram-se apenas nas folhas. Os frutos consumidos com moderação são um excelente suplemento alimentar. Em fitoterapia, utilizam-se as as folhas e os frutos e por vezes a casca. As folhas são muito rica em taninos e flavonoides. Os frutos contém entre 13 a 16% de proteínas.
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Os povos que as idolatravam
As avelãs eram já conhecidas e muito utilizadas na antiguidade. Existem vários documentos egípcios onde a avelã era mencionada como tendo propriedades terapêuticas, tanto o fruto como o óleo extraído ou as próprias folhas. Sabe-se também que entrava na alimentação dos povos pré-históricos, existindo já na era terciária, tendo-se encontrado numerosos fósseis de folhas e resíduos de frutos em túmulos neolíticos.
Era muito apreciada por gregos e romanos. Na China, este fruto é cultivado há mais de 5.000 anos. Outrora acreditava-se que uma haste de aveleira em forquilha tinha poderes sobrenaturais, uma crença que perdurou durante anos e anos. Os romanos descrevem as qualidades mágicas dos ramos desta planta para procurarem água no solo e detectar a presença de minerais preciosos.
Características e habitat
A aveleira (Corylus avellana L.), da família das coriláceas (betuláceas), é um arbusto alto, podendo atingir até cinco metros de altura. Apresenta rebentos revestidos de pelos glandulosos, folhas moles, ovais, terminadas em ponta, duplamente serradas, alternas e pubescentes quando jovens. Cresce um pouco por toda a Europa, exceto no extremo norte do continente, na Ásia ocidental e central e no norte de África.
Em Portugal, é cultivada sobretudo na região norte. Encontra-se em matas e bosques, mas também em parques e jardins, margens de riachos e sebes. A maioria dos portugueses adquire-as já prontas a comer. No final de 2016, um estudo que resulta da análise de 29 investigações internacionais, publicado pelo jornal médico BMC Medicine, enalteceu os benefícios nutricionais das avelãs. Os especialistas recomendam a ingestão de 20 gramas por dia.
Texto: Fernanda Botelho com Luis Batista Gonçalves (edição online)
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