Na Idade Média, a noz teve um papel importante na alimentação, especialmente através do óleo, utilizado junto com o do fruto da faia.

Muito nutritivos, os frutos da nogueira têm um delicioso sabor leitoso, sendo muito utilizados em culinária e pastelaria. Dos mais tenros podem fazer-se conservas.

Devido ao facto de ser um fruto seco muito energético é preferível consumir na refeição da manhã e mastigar muito bem. O miolo de noz sofre uma rápida deterioração quando exposto à luz, ar, calor ou humidade.

Pode utilizar-se em molhos, sopas, saladas, queijos, omeletes, a acompanhar pratos de carne ou peixe, sobremesas e doces. Em termos de saúde, tem muitas aplicações.

As nozes cozidas em mel tratam cálculos urinários e a sopa de nozes esmagadas ajuda a combater o reumatismo. No passado serviu para tratar a peste e o escorbuto. A noz quando consumida com uvas constitui um bom remédio contra a tosse.

É ainda utilizada como antídoto de venenos, fadiga cerebral e nervosa, anemia, parasitoses intestinais, drena a pele e a circulação linfática, vermífuga, levemente laxativa.

Em uso externo, as folhas da nogueira utilizam-se contra a leucorreia, certos eczemas, crostas de leite e queda de cabelo. É um bom reconstituinte do organismo, indicado em casos de convalescença.

É recomendada pela sua riqueza em fósforo e magnésio que são alimentos das células nervosas e cerebrais. A "Teoria das semelhanças", de Paracelso, indica a noz para reforçar o funcionamento cerebral (semelhança entre o encéfalo e a forma da noz).

A folha da nogueira contém uma substância antibiótica e quando utilizadas em decocção funciona como bactericida para uso externo. Em uso interno as folhas podem ainda ser utilizadas para combater diarreias, dispepsias hipossecretoras e transpiração excessiva.

Uma infusão de folhas de nogueira pode ser usada como repelente de insectos.
A madeira de nogueira era outrora muito utilizada e apreciada no fabrico de móveis mas infelizmente para a as florestas tropicais foi sendo substituída pelo mogno.

Na cosmética

Na cosmética

O óleo é utilizado no fabrico de sabonetes e as folhas e pericarpo no fabrico de champôs para a queda e o escurecimento do cabelo.

Veja na página seguinte: A que é que as nozes fazem bem... e mal!

Componentes

A noz é um dos frutos secos mais nutritivos pois contém além de prótidos e glúcidos, sais minerais como zinco e cobre, cerca de 14% de proteínas, potássio, magnésio, fósforo, enxofre, ferro,cálcio, vitaminas F, B1,B2, B5 e carotenos.

As folhas contêm juglona e cerca de 10% de taninos (que são responsáveis pelas propriedades anti-sépticas) e vestígios de óleo essencial, a juglona é ligeiramente hipogliceminante, contém também flavonóides que têm acção diurética e venotónica.

Contra-indicações

As preparações de nogueira são incompatíveis com os sais de ferro, devido aos taninos que podem também causar alguma irritação da mucosa gástrica, vómitos ou náuseas.

Não usar em casos de úlcera gástrica ou gastrointerites. Quando prescrita a diabéticos é necessário ter em conta o controlo da glicémia pois pode alterar os seus valores.

Símbolo de fecundidade

De acordo com alguns historiadores, a nogueira (Juglans regia L.) é originária da Pérsia. Cultivada intensamente na antiga Grécia, era considerada pelos romanos árvore sagrada, sendo a noz dedicada a Júpiter e considerada um símbolo da fecundidade.

Trata-se de uma árvore de folha caduca de médio a grande porte e de crescimento muito lento, daí o ditado português: "nogueiras são para os netos". É da família das Juglandáceas, também conhecida entre nós por nogueira-comum, ou no Brasil por nogueira-da-Índia ou nogueira-do-Ceilão. Walnut em inglês.

A nogueira tem um vasto habitat, desde o Nordeste europeu, passando pelas Balcãs, até ao norte da China, é muito cultivada em Portugal. Foi extinta na Europa Ocidental pela primeira glaciação quartenária, reaparecendo mais tarde na Idade do Bronze.

Enquanto espécie medicinal, a sua história é muito antiga pois já no ano 63 a.C. o rei Mitridiates escreveu uma receita de nozes para curar envenenamentos e infecções e os Gregos utilizava-na contra a raiva e as lombrigas.

Na Idade Média, a noz teve um papel importante na alimentação dos nossos antepassados e especialmente através do seu óleo, outrora utilizado junto com o do fruto da faia, na Europa não Mediterrânica. Pode viver entre 200 a 300 anos.