O arando vermelho, da mesma família do mirtilo, é uma espécie de baga que nasce de um pequeno arbusto com meio metro de altura.
Estes frutos, que crescem de modo silvestre à beira da estrada, têm propriedades antioxidantes únicas e protegem contra as infecções urinárias, entre outros benefícios para a saúde.
Os arandos vermelhos são mais facilmente encontrados frescos nos supermercados entre Novembro e Fevereiro.
A maioria dos que encontra à venda em Portugal são provenientes dos Estados Unidos da América ou do Chile. Durante o resto do ano, pode encontrá-los sob a forma de passas mas, neste caso, ainda que os benefícios sejam iguais, são muito mais calóricos porque têm uma maior quantidade de açúcares.
Para os índios norte-americanos, o arando vermelho (e o mirtilo) era um alimento-medicamento que curava tudo, já que, por exemplo, o seu néctar era aproveitado para sarar feridas.
Porque são tão saudáveis?
Estas pequenas bagas são ricas numa substância específica, a proantocianidina tipo A, um antioxidante natural também presente no chocolate e nas uvas. Esta substância evita que as bactérias se fixem nas membranas mucosas, formando uma espécie de barreira entre os tecidos e os agentes patogénicos, constituindo um verdadeiro escudo contra as doenças.
Estão especialmente indicadas para a prevenção e tratamento de infecções urinárias (cistite), porque a substância que causa 90% destas doenças, a bactéria E.Coli, acaba por fluir através da urina, evitando inflamações na bexiga e nos rins. Para além disso, o arando vermelho é rico em pigmentos com propriedades antioxidantes, como as antocianinas e antocianidinas, e polifenóis, como o resveratrol e os flavonóides, que têm um papel anti-inflamatório muito relevante, uma vez que combatem o envelhecimento, evitam o aumento do colesterol e outros problemas cardiovasculares.
A quem fazem bem?
Tendo em conta que uma em cada duas mulheres sofre de infecção urinária pelo menos uma vez na vida, o arando vermelho é um óptimo aliado da saúde feminina.
Por outro lado, o seu efeito de escudo, que impede as bactérias de se fixarem nas mucosas, protege o estômago e o intestino de úlceras, bem como ajuda a prevenir o cancro. Para além disso, o seu sumo pode ser um excelente elixir bocal anticáries e anti-sarro.
Para potenciar todas estas propriedades, e comprando-os frescos, escolha os mais firmes e secos já que os que estão moles ou húmidos deterioram-se mais facilmente. Os coloridos pigmentos naturais de acção antioxidante destas bagas, como a antocianina e o caroteno, neutralizam a acção dos radicais livres nocivos para o organismo, potenciando as defesas orgânicas e reduzindo o risco de adoecer.
Texto: Ana Catarina Alberto
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