É uma das cozinhas mais light do mundo. Saudável e cheia de rituais. Os portugueses renderam-se ao peixe a arroz preparados à moda japonesa.
Os restaurantes proliferam e há quem já faça workshops para cozinhar em casa.
Os portugueses aderiram à comida japonesa. Nada estranho, afinal o arroz
e o peixe são fundamentais na nossa culinária.
E ninguém melhor do que os japoneses para evidenciarem as qualidades dos mariscos e peixes da nossa costa.
Já agora fica também a saber que o tempura (vegetais ou camarão fritos), outro símbolo da cozinha japonesa, é influência dos portugueses desde o séc. XVI.
Depois, é uma cozinha saudável, requintada e cheia de rituais. Quando comparada com outras, esta quase não utiliza temperos, pelo que a ênfase é dada ao sabor puro de cada ingrediente. É uma viagem para as papilas gustativas.
Pedro Almeida, 32 anos, relações públicas é um dos que não resistiu ao encanto asiático. «Vou fazer um curso de culinária japonesa. Não sei cozinhar e penso que é engraçado aprender algo diferente. Até para presentear os meus amigos lá em casa».
O executivo é um apaixonado pelo Oriente já viajou pelo Japão, Coreia, China e, por isso, decidiu mergulhar agora nesta cultura pelo garfo.
Os ingredientes mais utilizados nesta cozinha são o arroz, peixe, algas (nori), alguns vegetais e fruta, rebentos de soja, sementes de sésamo, gengibre e wasabi.
Só para ter uma ideia, a palavra gohan, que quer dizer arroz em japonês, significa igualmente refeição. Por isso, apenas os chefes estão habilitados a prepará-lo.
Há segredos para que este saia no ponto, desde a temperatura, o ser colocado num cesto de madeira até ser arrefecido com um leque. Fazer arroz é quase uma ciência. Demora uma hora.
Este foi levado para o Japão pelos coreanos, assim como foram os chineses que implementaram o molho de soja, o chá e os pauzinhos. Depois, há ainda que saber escolher bem a nori, as algas e o salmão, que tem de ser muito fresco.
A culinária japonesa é extremamente delicada. Uma refeição para os nipónicos é o resultado de harmonia entre três elementos: a forma artística como é apresentado o prato (cada ingrediente tem o seu espaço), o recipiente em que é servido e o sabor da comida.
Como os pratos mais conhecidos, há o sushi (tudo o que leva arroz), sashimi (fatias de peixe), inúmeros pratos à base de vegetais e fruta, algas, tempura, rebentos de bambu, pepino e daikon.
Uma curiosidade: foi devido ao Budismo que se convencionou a existência de cinco sabores e cinco cores na culinária japonesa: doce, picante, salgado, amargo e ácido. Amarelo, branco, verde, preto e vermelho.
Agora que já se deliciou com estas iguarias, chegou a hora da sobremesa. Aqui não tem grande opção. O forte desta cozinha não são os doces.
Mas pode desrespeitar as regras com fondues de gengibre e chocolate, pão-de-ló japonês de Castela, outra influência lusa no país do sol nascente. Ou então optar pelo sushi de fruta.
Quanto às bebidas, o chá acompanha as refeições no Japão. Pode ser verde, de crisântemo, de Jasmin, de rosas... Mas é o saké a grande instituição no que toca a bebidas.
Já agora, se quer fazer um brilharete num bom restaurante, jamais coma sushi com pauzinhos.
Até porque narra a história que este era degustado pelo povo em barraquinhas de rua, as quais tinham uns panos brancos para limpar as mãos após o manjar.
As tendas que exibissem os panos mais sujos eram as mais badaladas, pois era sinónimo de que o seu sushi era bom.
Mais uma dica cultural: peça gari (gengibre em ‘pickles’) e durante a refeição coma entre cada sushi uma lasca de gari e vá bebendo um pouco de chá, assim conseguirá saborear em pleno os diversos sabores desta exótica culinária.
E, já agora, lembre-se que no molho de soja e wasabi deve molhar a parte de peixe e não o arroz. E vá com tempo para usufruir em pleno de cada momento, cada ritual...
Alguns restaurantes japoneses
Nota: para mais informações, consulte as páginas amarelas em restaurantes japoneses aí encontrará mais oferta.
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Teresa Cotrim
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