Questionado se considera que as autoridades portuguesas estão a fazer tudo o que é possível para prevenir a propagação deste vírus em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Há uma conjugação de fatores objetivos e subjetivos. Até agora, temos estado preservados de notícias menos boas nessa matéria, mas ninguém está preservado sempre, com a circulação que há no mundo, com a mobilidade que há no mundo".

O chefe de Estado, que falava aos jornalistas na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa, apontou a sua própria família como exemplo, referindo que tem netos que chegaram a Portugal vindos da China numa altura de "plena eclosão do vírus" e que "só no fim desta semana é que verdadeiramente passam quinze dias sobre a permanência deles cá".

"Portanto, ninguém está preservado", repetiu Marcelo Rebelo de Sousa ressalvando, contudo, que os seus netos vieram "de uma área da China longínqua em relação àquela onde o problema era mais grave".

O Presidente da República salientou depois que a epidemia de coronavírus na China "afeta a atividade económica de uma economia muito poderosa e, portanto, afeta a atividade económica do mundo, ou pode afetar".

"Pode vir a haver algumas perturbações, se houver uma quebra de produção significativa numa economia que determine uma quebra no comércio com outras economias e, portanto, uma desaceleração da economia mundial", admitiu, acrescentando, porém, que isso "é menos importante do que a saúde das pessoas".

Instando novamente a avaliar a forma como as autoridades portuguesas têm atuado para conter a propagação deste novo vírus, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "tem havido uma colaboração de várias entidades para prevenir a chegada a Portugal, para reagir no caso de chegar a Portugal, para monitorizar e ir respondendo aos desafios que se colocam".

"E, no fundo, estamos todos a aprender. Está Portugal a aprender, estão todos os países a aprender", considerou, concluindo: "Até agora, o que se tem passado em Portugal tem sido bom para todos nós, e vamos esperar que assim continue".

Quanto à capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) perante eventuais casos de infeção com o novo coronavírus que venham a surgir, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se confiante, elogiando a sua forma de atuação.

Segundo o chefe de Estado, "as pessoas acreditam no SNS e na capacidade excecional dos profissionais do SNS, que é uma resiliência e, ao mesmo tempo, uma rapidez de resposta a desafios difíceis e inesperados que surpreende sempre, porque ultrapassa aquilo que as pessoas muitas vezes temem que sejam as fragilidades do SNS".

"Isso tem acontecido em situações múltiplas, essa capacidade de resposta, e é mais uma razão para termos muito orgulho no SNS, para defendermos o SNS, para agradecermos e tratarmos bem os profissionais do SNS", afirmou.