“De acordo com as indicações atuais que temos, e também de acordo com as recomendações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo da Doença (ECDC), neste momento não é necessário os cidadãos estarem a usar máscaras”, disse à agência Lusa a enfermeira Goreti da Silva, do Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções e das Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA), da DGS.

Goreti Silva disse ainda que o uso generalizado da máscara pode dar “uma falsa sensação de segurança”. 

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Como situações excecionais em que será necessário o uso de máscaras, Goreti da Silva apontou os cuidadores ou pessoas que tenham tido um contacto muito próximo com um caso confirmado de infeção.

Os profissionais de saúde devem usar equipamentos de proteção especial mesmo perante os casos suspeitos.

Para a população em geral, a enfermeira explica que a máscara deve ser usada apenas por quem viajou para a zona afetada pelo surto ou que tenha tido contacto próximo com alguém doente.

No caso de apresentar sintomas, terá de “ligar de imediato para a Linha Saúde 24” e aguardar que as estruturas sejam acionadas, cabendo ao INEM transportar o doente para um hospital de referência.

“Neste momento, estamos numa fase que em epidemiologia se diz que é a fase de contenção e nesta fase não está de todo indicado os cidadãos usarem de forma alargada este tipo de máscara”, reiterou.

No caso de se passar da fase de contenção para a fase de mitigação “as regras serão outras”, adiantou a enfermeira.

“Nessa altura, como não se sabe o número de cidadãos que poderão estar contaminados, sobretudo em transportes públicos, em áreas fechadas com muita gente a circular, então nessa fase já as regras serão outras”, sublinhou.

No caso de ser necessário usar máscara, a enfermeira aconselhou adquirir as que têm elásticos laterais sobre a orelha para que possa ser retirada sem mexer na máscara e depositá-la diretamente no contentor do lixo.

Advertiu ainda que a máscara tem de “ficar bem assente e tapar bem a boca, o nariz e os lados laterais da face”.

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O Centro Europeu de Prevenção e Controlo da Doença refere as máscaras de proteção ajudam a prevenir a disseminação de infeções e ajudam a proteger quem está doente, mas o seu uso não parece ser eficiente para quem não está doente.

Os principais sintomas do (2019-nCoV) são respiratórios e podem ser comuns ou semelhantes a uma gripe: febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço. Há doentes que desenvolvem pneumonia viral e até septicemia.

As análises preliminares efetuadas às 20 pessoas repatriadas por Portugal, que chegaram a Lisboa no domingo, tiveram resultados negativos.

Os 18 portugueses e duas brasileiras vão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias em instalações dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa.

A China elevou hoje para 426 mortos e mais de 20.400 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.