O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, tinha declarado recentemente que a percentagem de maior contagiosidade relativamente à variante Delta era de 40%.
Mas, de acordo com um estudo do Serviço de Saúde Publica da Inglaterra, foram detetados 42.323 casos no Reino Unido, 29.892 a mais que na semana anterior, desta nova estirpe que já representa mais de 90% dos novos contágios.
"A variante Delta associa-se com um risco aproximadamente 60% maior de transmissão no núcleo familiar em comparação à variante Alfa", identificada em dezembro no sudeste da Inglaterra e que provocou um aumento de casos, que resultou em quase quatro meses de confinamento.
O estudo, no entanto, considera "encorajador" que este novo aumento não seja acompanhado por um aumento semelhante nas hospitalizações. Quase mil pacientes com COVID-19 estão atualmente internados em hospitais britânicos.
"Os dados indicam que o programa de vacinação continua a mitigar o impacto desta variante nas pessoas que já receberam duas doses da vacina", afirmou o organismo.
Embora a vacinação "reduza o risco de caso grave da doença, não o elimina", ressaltou Jenny Harries, diretora-geral da agência de segurança sanitária britânica.
O Reino Unido, país europeu mais afetado pela pandemia, com quase 128.000 mortes, iniciou uma campanha de vacinação em larga escala que em seis meses administrou duas doses a 77% dos adultos.
Após um longo confinamento durante o inverno, o governo começou a flexibilizar muito gradualmente as restrições. Mas a suspensão das últimas medidas, prevista inicialmente para 21 de junho, está ameaçada pelo recente aumento dos contágios, que superam 6.000 ou até 7.000 novos casos diários.
De acordo com o jornal The Times, o governo de Boris Johnson está a considerar adiar a última etapa em quatro semanas, uma decisão que deve ser anunciada na segunda-feira.
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