A situação da pandemia no Velho Continente é "muito, muito preocupante", e "todos os nossos indicadores vão na má direção", alertou Andrea Ammon, pedindo aos europeus que respeitem escrupulosamente as restrições "por mais difícil que seja".

Na atual situação, "reduzir o número de casos poderia levar mais tempo" do que na primeira onda de contágios, em março-abril, frisou.

A especialista advertiu também que ainda resta tempo até que se possam realizar as primeiras vacinações, um processo que "pode demorar vários meses", segundo Ammon.

"Sendo otimistas, no primeiro trimestre do próximo ano, mas não posso ser mais precisa", afirmou a responsável de saúde, ao ser questionada sobre quando seriam realizadas as primeiras vacinações contra a COVID-19 na Europa.

Na terça-feira, uma fonte europeia disse à AFP que a autorização para uma vacina na UE poderia chegar "no início de 2021", depois de o laboratório americano Pfizer e o alemão BioNTech anunciarem que a vacina que estão a preparar é 90% eficaz.

Já as autoridades de saúde americanas disseram que a vacina poderia começar a ser distribuída por lá em questão de "semanas".

O anúncio da Pfizer é, "claro, promissor", declarou Ammon, enfatizando, porém, que "é um comunicado de imprensa, e não uma revisão feita por especialistas, portanto, é preciso ver qual é a avaliação final".

Quando os ensaios de fase 3 terminarem, a Agência Europeia de Medicamentos terá de avaliar os resultados e decidir se concede uma autorização para que a vacina seja vendida no mercado, lembrou a responsável.

"Depois, terá que começar a produção e, apenas nesse momento, poderemos começar a vacinar", destacou Andrea Ammon.

A UE anunciou na terça-feira (10) que está disposta a fornecer 300 milhões de doses da nova vacina da Pfizer. Junto com as autoridades nacionais, o ECDC está a elaborar as regras para definir os grupos prioritários.

"De forma geral, tratam-se as populações vulneráveis e os profissionais da saúde. Mas tentaremos definir isso melhor, porque esses grupos ainda são muito numerosos", explicou.