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A portabilidade do meningocócico A diminuiu em 98% nas regiões vacinadas
12 de setembro de 2013 – 10h11
Uma nova vacina contra a meningite A, utilizada para campanhas de vacinação em vários países africanos, mostrou-se muito eficaz em larga escala, de acordo com um estudo publicado esta quinta-feira.
Nenhum novo caso da doença foi observado numa população de 1,8 milhão de pessoas vacinadas em 2011 pela MenAfriVac em três regiões do Chade - revela o estudo tornado público pelo jornal médico britânico "The Lancet".
Se forem incluídos todos os tipos de meningite, os novos casos registados em 2012 caíram em três regiões, chegando a 2,5 a cada 100 mil habitantes, contra 43,6 casos em cada 100 mil nas demais regiões do Chade não cobertas pela vacinação. Essa diferença representa uma redução de 94%.
De origem bacteriana, a meningite meningocócica é uma inflamação das meninges, a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. Pode provocar graves lesões cerebrais e ser fatal, se não for tratada.
A doença pode ser causada por vários tipos de bactérias, em particular a meningocócica do sorogrupo A, responsável por cerca de 80% a 85% dos casos em África, onde há registo de epidemias entre cada 7 a 14 anos. Crianças e adolescentes são os mais expostos à doença.
A portabilidade do meningocócico A - a capacidade de transmitir o germe - diminuiu em 98% nas regiões vacinadas, revelam os investigadores envolvidos no estudo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 450 milhões de pessoas vivem no "cinturão da meningite" em África, uma região que se estende do Senegal à Somália, e correm o risco de serem infetadas pelo meningocócico de tipo A. Na última epidemia registada, em 2009, forem registados 88 mil casos, que resultaram na morte de 5.300 pessoas.
Desde a introdução do MenAfriVac em Burkina Fasso em 2010, mais de 100 milhões de pessoas já foram vacinadas no continente africano.
O MenAfriVac foi desenvolvido pelo Projeto Vacinas Meningite, uma parceria entre a OMS e a organização não-governamental americana Path, com o financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates.
SAPO Saúde com AFP
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