A medida insere-se num conjunto de medidas preventivas anunciadas pelas universidades no âmbito dos planos de contingência no combate ao surto de COVID-19.

Em comunicado, cada uma das duas universidades detalha ainda todas as atividades suspensas nas instituições da sua esfera de ação, que incluem museus e jardins botânicos, por exemplo.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

A Universidade de Lisboa comunicou que “as escolas suspendem as atividades letivas presenciais, procedendo à sua substituição, sempre que possível, por outros meios de ensino, permitindo o acompanhamento das atividades escolares agora suspensas, através de instrumentos de ensino à distância”.

“É ainda suspenso o funcionamento de bibliotecas, salas de estudo e dos refeitórios de alunos dos Serviços de Ação Social. As atividades físicas e desportivas, realizadas nas instalações do Estádio Universitário e das escolas, são suspensas, nomeadamente as que decorram em recintos fechados, ou mantidas com restrições”, acrescenta a Universidade de Lisboa.

Quanto aos estudantes em residências que não necessitem de frequentar aulas são aconselhados a regressar a casa, “às suas residências habituais”, mantendo-se nas residências “apenas o funcionamento indispensável para assegurar o apoio a casos excecionais”.

“As atividades de grupo desenvolvidas nos museus da Universidade de Lisboa, e nos seus jardins botânicos são suspensas, mantendo-se a abertura ao público no caso de visitantes individuais”, adianta a instituição.

Em termos de trabalho, a Universidade de Lisboa refere que será incentivado o teletrabalho e canceladas as deslocações em serviço, e que casos suspeitos, incluindo os regressados de zonas de risco devem ficar em auto-isolamento.

“Estas medidas, que se aplicam nas próximas duas semanas, serão ajustadas conforme a necessidade e a evolução da situação”, adianta a Universidade de Lisboa.

A Universidade de Coimbra, que anunciou a aplicação do seu plano de contingência “com efeitos imediatos por um período de pelo menos 15 dias”, decidiu também suspender aulas presenciais, “substituindo-se por métodos digitais para promoção de um ensino à distância a serem desenvolvidos nos próximos dias”.

“Serão igualmente suspensos e adiados todos os eventos científicos, culturais e desportivos, assim como as atividades em bibliotecas e salas de estudo, o circuito turístico, a visita a museus e a utilização das infraestruturas culturais e desportivas – designadamente o Estádio Universitário de Coimbra e o Teatro Académico de Gil Vicente. Devem ser também suspensas e adiadas todas as deslocações profissionais ou académicas no país e no estrangeiro”, adianta em comunicado.

A Universidade de Coimbra anunciou ainda que vão ser criados “espaços de isolamento próprios” em diversos polos da universidade.

Nas cantinas será adotado o modelo de ‘take-away’, “evitando a abertura de espaços comuns”.

Ao nível dos serviços, a Universidade de Coimbra está a tomar medidas de desmaterialização e digitalização para “diminuir e evitar contactos pessoais”, identificando “os grupos mais vulneráveis para implementação do regime de teletrabalho”.

“A Universidade de Coimbra reafirma a sua intenção de garantir a ausência de prejuízo no percurso escolar, académico e profissional às pessoas afetadas por estas medidas, tendo particular atenção relativamente aos estudantes mais carenciados”, conclui o comunicado.

Instituto Egas Moniz em Almada suspende aulas

Também o Instituto Egas Moniz, em Almada, distrito de Setúbal, vai suspender as atividades letivas como medida preventiva devido à epidemia de COVID-19, uma vez que não existem casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus na instituição, adiantou a direção.

Em resposta à Lusa, o Egas Moniz - Cooperativa de Ensino Superior, que integra o Instituto Universitário Egas Moniz e a Escola Superior de Saúde Egas Moniz, confirmou que a direção, “como instituição de ensino na área da saúde, decidiu preventivamente e temporariamente suspender apenas as atividades letivas”.

As informações foram primeiro avançadas pelas associações académicas das duas escolas da instituição, que referem o encerramento por 14 dias a partir de terça-feira, 10 de março.

Questionado pela Lusa, o instituto Egas Moniz aponta a suspensão das aulas como medida preventiva.

Na mesma nota o Egas Moniz confirma o adiamento de “todas as atividades curriculares e extracurriculares que não tenham um caráter eminentemente letivo, tais como congressos, reuniões científicas e eventos culturais e lúdicos” da sua responsabilidade, “mantendo em funcionamento todas as restantes atividades”.

“Informamos que até ao momento não temos qualquer registo de suspeita ou confirmação da doença”, acrescenta-se.

O último balanço dá conta de 39 casos por infeção pelo novo coronavírus em Portugal e um total de 339 casos suspeitos desde o início da epidemia, 67 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

A epidemia de COVID-19 foi detetada em dezembro e desde então foram infetadas mais de 110 mil pessoas, mas a maioria já recuperou. A doença provocou até ao momento cerca de 3.800 mortos.