A reação da CIM que junta nove dos 12 municípios do distrito de Bragança segue-se a outras posições de protesto contra a cedência por parte da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste de dois ortopedistas e um anestesista aos hospitais do Algarve, durante o verão, entre julho e setembro.

Na posição divulgada hoje, a CIM Terras de Trás-os-Montes manifesta “incompreensão pela decisão do Conselho de Administração da ULS do Nordeste e da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte em disponibilizar e permitir essa saída de médicos durante os meses de verão, uma vez que a região (de Bragança) está referenciada como tendo falta de médicos ortopedistas”.

A deslocação dos especialistas para o Algarve ocorreu em simultâneo com a abertura de um concurso nacional para preencher vagas em serviços e hospitais “com comprovada carência” em algumas especialidades, que incluem o recrutamento de um ortopedista e de um anestesista para a ULS do Nordeste.

Além das necessidades comprovadas, a Comunidade Intermunicipal argumenta que também na região, “no período de Verão triplica a população com a vinda dos emigrantes”, como acontece no Algarve com a procura turística.

Os autarcas transmontanos ressalvam que compreendem “a colaboração inter-regional”, mas defendem que “essa colaboração deve ser assegurada, em primeiro lugar, pelos Hospitais Centrais que estão melhor dotados de médicos”.

Por estas razões, a CIM Terras de Trás-os-Montes pede que a decisão de deslocar os especialistas “seja revogada e que seja reforçada a equipa de ortopedistas de Bragança”.

A mesma exigência foi já feita pela distrital de Bragança do PSD e pelos deputados deste círculo eleitoral na Assembleia da República, que consideram que esta medida “não faz sentido”.

A ULS do Nordeste e a ARS do Norte confirmaram a cedência dos especialistas ao Algarve num comunicado conjunto em que asseguraram que a medida “não põe em causa os serviços” prestados em Bragança.