
Numa nota enviada à agência Lusa, na qual nega "qualquer pretensão de extinção do SASU de Soares dos Reis", a autarquia de Gaia explica que esta valência foi transferida para a unidade recentemente inaugurada em Vilar de Andorinho devido a obras de melhoramento de deverão demorar cerca de meio ano.
Em causa está uma situação que gerou, a 19 de outubro, um protesto com algumas dezenas de utentes e deu origem a um abaixo-assinado que está a correr o concelho. A transferência do serviço também já foi alvo de críticas por parte da CDU/Gaia e do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP).
Em declarações aos jornalistas, no dia do protesto, Francisco Teixeira, do MUSP, referiu que "já foram apresentadas queixas por causa da transferência de valências" e disse "ser necessário questionar os responsáveis do setor sobre se em Vilar de Andorinho há capacidade para acolher utentes de todo o concelho".
Obras de requalificação em curso
A Câmara de Gaia esclarece hoje que "as instalações do SASU de Soares dos Reis entraram em obras de requalificação e melhoria das condições do equipamento, por justa decisão da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte)", uma intervenção que diz ser "fundamental para a melhoria das infraestruturas do centro e das condições de atendimento e dos serviços para os utentes e para o corpo clínico".
"As referidas obras, com duração máxima prevista de meio ano, são incompatíveis com o funcionamento do SASU na sua localização original, em Soares dos Reis. A recente inauguração do Centro de Saúde de Vilar de Andorinho revelou-se uma oportunidade para a instalação do referido serviço naquele local enquanto decorrem os trabalhos de requalificação em Soares dos Reis", lê-se na nota da autarquia, que termina com a garantia de que a transferência é de carácter "temporário".
De acordo com a autarquia, “deve considerar-se que não existe qualquer pretensão de extinção do SASU de Soares dos Reis, devendo o serviço voltar a funcionar em condições melhoradas após as obras de requalificação atrás referidas".
Já em resposta à Lusa na semana em que decorreu o protesto, a ARS-Norte garantiu que o centro de saúde de Soares dos Reis não vai encerrar, apontando que isso seria "impensável face à importância que tem para os gaienses".
A estrutura que representa a tutela admitiu, no entanto, que a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) que funcionava neste centro de saúde "passou para as novas instalações da Unidade de Saúde de Vilar de Andorinho e, com esta mudança, os utentes aí inscritos e acompanhados".
"Mesmo assim, estes utentes foram contactados no sentido de se pronunciarem sobre o interesse da sua passagem, ou não, para as novas instalações. Caso não tenham manifestado essa vontade, no início do ano passam a integrar as listas de utentes pertencentes às duas USF, que vão continuar em Soares dos Reis, desta feita com instalações mais espaçosas", acrescentava na resposta.
A ARS-Norte garantiu, ainda, que "nesta fase de transição (até o início do próximo ano) os utentes poderão ser atendidos no regime de consulta a utentes em situação esporádica nas USF que vão permanecer em Soares dos Reis e, no seu domicílio, para os doentes mais vulneráveis".
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