21de outubro de 2013 - 10h07
Estudos sugerem que há grandes benefícios para a saúde quando uma pessoa passa a maior parte do dia em pé em vez de permanecer sentada. Um estudo recente revelou que muitos passam até 12 horas por dia sentados, em frente ao computador ou à televisão. Se calcularmos também as sete horas de sono, o total de horas de sedentarismo por dia chega a 19.
Todas estas horas sentados claramente são más para a saúde e vários estudos sugerem que aqueles que passam o dia todo sentados vivem cerca de dois anos a menos do que os mais ativos. 
Segundo um estudo do professor e médico John Buckley, publicado na revista The Lancet, estar sentado é prejudicial porque muda a forma com que os nossos corpos lidam com o açúcar. O corpo transforma a comida em glicose, que depois é transportada no sangue para outras células. A glicose é um combustível essencial, mas altos níveis de glicose durante longos períodos podem aumentar o risco de diabetes e problemas de coração. O pâncreas produz insulina para ajudar a manter os níveis de glicose normais, mas a eficiência desta operação depende do nível de atividade física.
O estudo em causa mostrou que os cobradores de bilhetes de autocarro, por exemplo, tinham metade do risco de desenvolver doenças do coração em comparação aos motoristas de autocarro.
Permanecer sentado não está ligado apenas a problemas para controlar os níveis de glicose no sangue, mas também a uma grande redução da atividade de uma enzima chamada lipoproteína lipase, que quebra a gordura e a deixa disponível para ser um combustível para os músculos. Esta redução na atividade da enzima leva a uma elevação dos níveis de triglicérides e gorduras no sangue, aumentando o risco de doenças do coração.
Experiência
O médico John Buckley e uma equipa de investigadores da Universidade de Chester pediram a dez pessoas que trabalham numa imobiliária para passar pelo menos três horas por dia em pé, durante uma semana. Pediu-se também aos voluntários que usassem um acelerômetro, um monitor de movimentos, e um monitor cardíaco.
Os investigadores da Universidade de Chester recolheram dados nos dias em que os voluntários ficaram de pé e quando eles se sentaram durante o trabalho. A partir dos dados dos monitores de batimentos cardíacos, os cientistas perceberam que ao ficar de pé as pessoas queimaram mais calorias.
"Se analisarmos os batimentos cardíacos, podemos ver que eles estão bem mais altos, em média dez batimentos mais altos por minuto, e isso faz uma diferença de cerca de 0,7 caloria por minuto", afirmou John Buckley.
Não parece muito, mas a soma é de cerca de 50 calorias por hora. Durante um ano, seria um total de 30 mil calorias ou mais de três quilos e meio de gordura.
"Se se quiser converter isto em níveis de atividades, então este seria o equivalente a correr dez maratonas por ano. Apenas ficando de pé durante três ou quatro horas num dia de trabalho", acrescentou John Buckley.
SAPO Saúde com agências