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Trabalho noturno pode levar à perda da sintonia da atividade genética
21 de janeiro de 2014 - 14h21
Trabalhar de madrugada pode perturbar o corpo humano e causar danos à saúde a longo prazo, ao alterar o metabolismo e prejudicar o bom funcionamento molecular, afirma um estudo britânico realizado por especialistas do Sleep Research Centre, da Universidade de Surrey.
Segundo os autores do estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, a descoberta é "uma surpresa", cita a BBC.
Os cientistas explicaram que o corpo humano tem um ritmo natural próprio e que o relógio biológico é programado para ficar ativo durante o dia e dormir à noite. As mudanças provocadas pelos turnos noturnos podem causar alterações hormonais, do humor, da atividade cerebral, da temperatura corporal e do desempenho dos atletas.
Os cientistas acompanharam 22 pessoas que trabalhavam durante o dia e que foram transferidas para turnos noturnos.
Sabe-se que 6% dos genes são programados para ficar mais ou menos ativos, atuando em sintonia em momentos específicos do dia. Ao trabalharem à noite, essa sintonia genética deixa de existir.
"E isso explica porque nos sentimos tão mal quando estamos com jet lag ou se temos de trabalhar em turnos alternados", sugere Simon Archer, um dos autores.
Derk-Jan Dijk, co-autor do estudo, acrescenta que todos os tecidos do corpo têm o próprio ritmo durante o dia, mas que ao ficarem "acordados" à noite, perdem a sincronia, podendo causar danos a longo prazo, como aceleração do batimento cardíaco e alterações no funcionamento dos rins e cérebro.
Estudos anteriores já tinham mostrado que dormir em horas erradas do dia aumenta o risco de diabetes tipo 2, AVC e obesidade.
SAPO Saúde
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