Os números foram publicados na revista médica britânica The Lancet, que apresenta as conclusões de cinco estudos conduzidos por mais de 200 especialistas em 43 países.

De acordo com o estudo, a taxa estimada para Portugal, em 2015, é de 2,2 nados-mortos por mil nascimentos, tal como a Noruega.

Entre os 11 países com taxas de nados-mortos mais baixas figuram a Islândia (que lidera com 1,3 nados-mortos por mil nascimentos), Dinamarca (1,7), Finlândia e Holanda (1,8), Croácia (2,0), Japão e Coreia do Sul (2,1), Nova Zelândia e Polónia (2,3). Portugal surge à frente de países como Suécia e Suíça (2,8 nados-mortos por mil nascimentos), Reino Unido (2,9) e Estados Unidos (3,0).

Realidade diferente no resto do mundo

"A ideia de que um bebé vivo morra no nascimento ou ao longo das horas seguintes por razões completamente evitáveis deveria ser considerada um escândalo em matéria de saúde", comenta Richard Horton, editor-chefe da The Lancet num comentário anexado ao estudo citado pela agência de notícias France Presse (AFP).

Apesar dos progressos, a queda registada entre 2000 e 2015 (na ordem dos 2% por ano) foi mais lenta do que a da taxa de mortalidade materna (3% ao ano) ou de crianças menores de cinco anos (4,5%), comenta o professor Joy Lawn, da Escola de Medicina Tropical e de Higiene de Londres à AFP.

Com base nos dados recolhidos em 18 países, as anomalias congénitas explicam apenas 7,4% do total de nados-mortos.

Os investigadores defendem que muitas patologias responsáveis pela morte dos bebés deveriam ser tratadas, como as infeções maternas (malária e a sífilis, responsáveis por 8% e 7,7% do total de mortes).

Fatores relacionados com o estilo de vida ou dieta (obesidade, tabagismo), doenças não infecciosas como a diabetes, cancro ou problemas cardiovasculares são responsáveis ​​por 10% dos casos. A idade das progenitores intervém em 6,7% dos casos.

A esmagadora maioria (98%) dos nados-mortos acontece em países de baixo rendimento.

"Os países da África sub-saariana têm a taxa mais elevada e são os que registam a diminuição mais lenta", comenta o professor Joy Lawn.

No top 10 dos países com taxas de nados-mortos mais altas incluem-se Paquistão (que lidera com 43,1 nados-mortos por mil nascimentos), Nigéria (42,9), Chade (39,9), Níger (36,7), Guiné-Bissau (36,7), Somália (35,5), Djibuti (34,6), República Centro-Africana (34,4), Togo (34,2) e Mali (32,5).