De acordo com os dados, 32 doentes com pulseira amarela (urgente) encontravam-se às 12:00 de hoje no serviço de urgência central do Hospital Santa Maria, tendo um tempo médio de espera de 14 horas e 13 minutos, sendo o tempo recomendado 60 minutos.

O tempo de espera para doentes com pulseira laranja (muito urgente) é de sete minutos, dentro do tempo recomendado, apontam os dados que ilustram o número de pessoas que se encontram actualmente a aguardar atendimento, após a Triagem de Manchester.

Contactado pela agência Lusa, uma fonte oficial do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, explicou que o perfil dos utentes a chegar à urgência aponta para “um quadro de doentes mais complexos”, muitos deles de outras áreas da região de Lisboa e com descompensação de doenças de base.

“Neste momento, nós temos cerca de 200 doentes em circulação na urgência e desses cerca de dois terços são doentes amarelos e laranja [urgente e muito urgente”, elucidou.

Segundo a mesma fonte, “a complexidade” destes doentes implica diagnósticos mais diferenciados, múltiplos exames, muitas vezes com necessidade de procurar informações clínicas por serem de outras áreas de influência.

“Este contexto cria grande pressão nos serviços de urgências e nos internamentos”, salientou.

O hospital apela às pessoas com situações menos graves para se dirigirem a respostas nos Cuidados de Saúde Primários.

No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, estão 39 pessoas com pulseira amarela no serviço de urgência, sendo o tempo médio de espera de cinco horas e 24 minutos.

A triagem de Manchester, que permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, inclui cinco níveis: emergente (pulseira vermelha), muito urgente (laranja), urgente (amarelo), pouco urgente (verde) e não urgente (azul).

Nos casos de pulseira amarela o primeiro atendimento não deve demorar mais de 60 minutos, e no caso da pulseira verde a recomendação é que não vá além de 120 minutos (duas horas).