“Esta é uma área que recebe pouca atenção, mas as necessidades são enormes”, disse em comunicado Xuetao Shi, um dos autores do estudo, publicado esta quarta-feira na revista Matter.
Segundo estimativas dos especialistas, 50% dos homens entre 40 e 70 anos experimentam algum tipo de disfunção erétil, e cerca de 5% sofrem da doença de Peyronie.
Essa doença, normalmente causada por lesões durante as relações sexuais, caracteriza-se pelo desenvolvimento de fibrose ao nível de uma membrana do pénis, conhecida como túnica albugínea, o que pode causar dor e a curvatura do pénis.
Um dos possíveis tratamentos é a cirurgia que envolve um transplante. Mas de acordo com os pesquisadores, os “remendos” usados hoje para substituir a túnica albugínea com outros tecidos do corpo podem ser rejeitados pelo sistema imunológico.
Portanto, os cientistas chineses utilizaram um tecido sintético, feito de hidrogel à base álcool polivinílico, que imita a elasticidade do tecido natural.
Para os estudos, os investigadores testaram esse tecido artificial em miniporcos Bama que tinham lesões na túnica albugínea. Os novos “remendos” combinados a uma injeção de solução salina restauraram a função erétil “similar à do tecido normal do pénis”, afirmaram.
“Ficámos surpreendidos com os resultados das experiêncoas com animais, em que o pénis recuperou uma ereção normal imediatamente depois” de usar o tecido sintético, disse Shi, pesquisador da Universidade de Tecnologia do Sul da China, em Cantão.
Um mês depois do procedimento, também foram verificados bons resultados. “A próxima etapa será considerar a reparação do defeito geral do pénis ou a construção de um pénis artificial de uma perspectiva holística”, contou.
As descobertas “parecem promissoras para reparar as lesões do pénis em humanos” e esse processo pode estender-se para criar outros tecidos no futuro, por exemplo, para órgãos como o coração e a bexiga, ressalta o estudo.
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