Numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, e depois de Sergei Lavrov ter respondido a uma questão sobre a vacina desenvolvida pela Rússia lembrando o ceticismo com que a mesma foi recebida no ocidente, Borrell pediu a palavra “simplesmente para felicitar a Rússia por este sucesso”.
“É uma boa noticia para toda a humanidade, pois significa que teremos mais ferramentas para combater a pandemia. Agora espero que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) possa certificar a eficiência da vacina, de modo a que esta também possa ser usada na UE. Será uma boa noticia, pois, como sabem, estamos confrontados com uma escassez de vacinas e problemas de fornecimento”, declarou o Alto Representante da UE para a Política Externa.
Pela sua parte, o ministro russo, começando por notar que o anúncio do desenvolvimento da vacina Sputnik foi recebido “de forma negativa” pelo ocidente, com “muitas declarações de ceticismo”, deu conta de múltiplos contactos em curso, com os Estados Unidos e vários países europeus, entre os quais a Alemanha, com vista a uma colaboração com a Rússia.
“Muitos países estão interessados em comprar e fabricar nos seus territórios esta vacina”, disse Lavrov, apontando a título de exemplo que a chanceler alemã, Angela Merkel, numa recente chamada telefónica com o Presidente russo, Vladimir Putin, “mencionou oportunidades de desenvolver uma cooperação com a Rússia” neste domínio.
Na passada quarta-feira, o Ministério da Saúde alemão indicou que a Rússia contactou o laboratório alemão IDT para produzir a vacina Sputnik V na Europa.
O instituto russo Gamaleya, que desenvolve a vacina contra a covid-19 Sputnik V, assim como o fundo russo RDIF, “estão interessados em cooperar numa possível produção e contactaram a IDT Biologika”, uma farmacêutica com sede no estado regional de Saxônia-Anhalt (leste da Alemanha), explicou a porta-voz do Ministério.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, assegurou que a Alemanha “serviu de intermediária” no pedido russo de estudar opções de produção da vacina na Alemanha e noutros países europeus.
Por enquanto, além da Rússia, são quatro outros os países que produzem a Sputnik V: Cazaquistão, Índia, Coreia do Sul e Brasil.
Sobre uma possível distribuição na União Europeia, está em curso um procedimento de aprovação em sede da EMA.
O reconhecimento internacional da eficácia da vacina Sputnik V contra a covid-19 generalizou-se após a divulgação, na terça-feira, dos seus bons resultados pela “prestigiada revista científica Lancet”, como notou hoje em Moscovo o Alto Representante da UE para a Política Externa.
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