“Nos últimos 15 anos, desde que as medidas de controlo do tabaco MPOWER da OMS foram introduzidas globalmente, as taxas de tabagismo caíram. Sem este declínio, estima-se que houvesse mais 300 milhões de fumadores no mundo de hoje”, refere o documento apoiado pela Bloomberg Philanthropies.
As medidas previstas na Convenção Quadro para o Controlo do Tabaco da OMS são conhecidas por MPOWER e assentam nas estratégias de monitorizar o consumo e as políticas de prevenção, proteger as pessoas do fumo, oferecer ajuda para deixar de fumar, alertar para os perigos do tabaco, impor proibições à publicidade, promoção e patrocínio do tabaco e aumentar os impostos sobre esse produto.
De acordo com a organização, cerca de 5,6 mil milhões de pessoas estão agora protegidas com pelo menos uma política de boas práticas para “ajudar a salvar vidas do tabaco mortal”, como a proteção contra o fumo passivo.
No entanto, em 2022, 44 países ainda não tinham adotado uma única medida prevista na iniciativa MPOWER ao nível das melhores práticas, o que significa que “2,3 mil milhões de pessoas estão vulneráveis aos malefícios do tabaco”.
O relatório sobre a “epidemia global do tabaco” indica ainda que mais dois países – Maurícias e Países Baixos – atingiram o nível de melhores práticas em todas as medidas MPOWER, um feito que apenas o Brasil e Turquia tinham alcançado até agora.
Esses dados mostram que “lenta, mas seguramente, cada vez mais pessoas estão a ser protegidas dos malefícios do tabaco pelas políticas de melhores práticas baseadas em evidências da OMS”, salientou diretor-geral da OMS.
“Felicito as Maurícias por se terem tornado o primeiro país de África e os Países Baixos por se terem tornado o primeiro da União Europeia a implementar o pacote completo de políticas de controlo do tabaco da OMS ao mais alto nível”, adiantou ainda Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Oito países estão a apenas uma política de se juntarem aos líderes no controlo do tabaco: Etiópia, Irão, Irlanda, Jordânia, Madagáscar, México, Nova Zelândia e Espanha, indica o documento.
Segundo a OMS, os locais públicos interiores, os locais de trabalho e os transportes públicos totalmente livres de fumo abrangem agora 2,1 mil milhões de pessoas que vivem em 74 países, um aumento de sete vezes desde 2007, e que significa que os ambientes sem fumo constituem a segunda medida MPOWER mais adotada pelos países abrangidos.
“A OMS insta todos os países a implementarem todas as medidas MPOWER ao nível das melhores práticas para combater a epidemia do tabaco, que mata 8,7 milhões de pessoas em todo o mundo, e a repelir as indústrias do tabaco e da nicotina, que fazem `lobby´ contra estas medidas de saúde pública”, adiantou Ruediger Krech, diretor da OMS para a Promoção da Saúde.
Todos os anos, cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem devido ao fumo passivo, refere a OMS, ao alertar que as pessoas expostas ao fumo do tabaco correm o risco de morrer de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, doenças respiratórias, diabetes tipo 2 e cancro.
“Este relatório demonstra que todos os países, independentemente dos níveis de rendimento, podem reduzir a procura de tabaco, obter grandes ganhos para a saúde pública e poupar às economias milhares de milhões de dólares em cuidados de saúde e custos de produtividade”, sublinhou a organização.
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