Perto de 1.000 cidadãos são destinatários diretos de um projeto em curso até ao final de 2012 que visa combater as desigualdades na área da saúde de imigrantes, sobretudo mulheres, foi divulgado ontem em Coimbra.

O projeto do Graal “SauDar+”, apresentado ontem numa sessão pública na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, tem entre 800 a 1.000 destinatários diretos, revelou a coordenadora da iniciativa, Natália Cruz.

Iniciado em junho, dá continuidade ao “SauDar”, abrangendo dois grandes grupos: os imigrantes, em particular as mulheres, e os profissionais de saúde.

O seu objetivo fundamental é melhorar o acesso e a prestação de serviços de saúde a imigrantes, muito especialmente às mulheres, contribuindo para a igualdade de género e de oportunidades e sensibilizando contra a violência doméstica e o tráfico de seres humanos.

O “SauDar+”, que vai desenvolver-se em Coimbra, Aveiro, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho, vai ter mais públicos-alvo do que o primeiro projeto, nomeadamente “jovens estudantes estrangeiros/as do ensino superior e profissional e voluntárias/os e técnicos de apoio social nas áreas da saúde”, segundo a coordenadora.

As temáticas também vão ser alargadas, compreendendo ainda questões da educação para a saúde e prevenção, violência doméstica e tráfico de seres humanos.

Construir recursos de apoio e realizar ações de informação e sensibilização para estudantes e profissionais de saúde nas temáticas da diferença cultural e de género nos serviços de saúde e promover boas práticas para a prestação de serviços adequados e diferenciados às mulheres imigrantes são outras das metas do projeto.

O “SauDar+” também pretende construir redes de colaboração institucional para a continuidade de trabalho nesta temática, promovendo a necessidade da criação, junto de serviços de saúde e de ação social, de estruturas adequadas ao acompanhamento de imigrantes.

Falta de informação das/os imigrantes e profissionais de saúde relativamente aos direitos destas populações, barreiras linguísticas, de comunicação e culturais ou a vulnerabilidade destes grupos, em especial das mulheres, níveis sociais e económicos baixos e “riscos acrescidos de serem vítimas de violência, tráfico e exploração sexual” são alguns dos problemas que se colocam neste domínio.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes, Centro de Acolhimento João Paulo II e Câmara de Coimbra são alguns dos parceiros do “SauDar+ - Saúde, Género e Migração”, projeto financiado no âmbito da medida 7.3 do Programa Operacional Potencial Humano.

O Graal assume-se como "um movimento internacional de mulheres motivadas pela procura espiritual e empenhadas na transformação do mundo numa comunidade global de justiça e paz", tendo estatuto consultivo na ONU e estando representado na UNICEF.

O movimento do Graal chegou a Portugal em 1957 e constituiu-se como associação de caráter social e cultural em 1977, reconhecida como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública em 1985.

23 de setembro de 2011

Fonte: Lusa