O avião da companhia Air Macau aterrou pelas 18:30 (10:30 em Lisboa) com 57 residentes a bordo que foram levados de imediato, em três autocarros especiais, para o centro clínico de saúde pública do alto de Coloane, onde vão ficar em quarentena durante 14 dias.
Os serviços alfandegários da província de Hubei recusaram a saída de uma pessoa que, na medição da temperatura, registou 37,5º, acima do limite de 37,3º determinado pelas autoridades chinesas.
Na sexta-feira, as autoridades de Macau tinham indicado que 59 residentes tinham condições para se deslocarem até ao aeroporto de Wuhan e, caso não apresentassem sintomas, como febre e tosse, regressar ao território.
“Cinquenta e sete passaram todas as inspeções de saúde, à exceção de um rapaz de 16 anos que, nas primeiras medições apresentava uma temperatura inferior a 37,3º C, o limite para autorizar a saída, mas depois nas medições seguintes a temperatura não baixou”, disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, na conferência de imprensa realizada após a chegada do voo.
Lei Chin Ion disse que o adolescente também fez análises ao sangue e ao ácido nucleico, mas os resultados ainda não estão prontos. O rapaz foi levado ao aeroporto de Wuhan pelo tio e não houve contacto próximo com os restantes residentes retirados de Hubei, explicou.
As autoridades de Hubei vai acompanhar o adolescente, incluindo na realização de mais testes médicos, disse a diretora dos Serviços de Turismo de Macau.
Helena Senna Fernandes salientou que, apesar do contacto estreito das autoridades do território com os residentes em Hubei, não é possível fazer avaliações físicas ou pessoais. Ainda estão 119 residentes de Macau em Hubei, acrescentou.
O secretário para a Administração e Justiça afirmou que o principal objetivo desta operação era retirar os residentes idosos ou crianças.
“O voo fretado foi concluído com êxito, ainda precisamos fazer uma revisão sobre a execução desta operação e para isso precisamos de algum tempo”, afirmou André Cheong, em relação à possibilidade de fretar um segundo avião para retirar os residentes ainda em Hubei.
Por outro lado, o responsável explicou que agora “só é possível enviar aviões para o aeroporto de Wuhan, mas os residentes estão muito espalhados pela província”.
“Temos que verificar se reunimos condições ou não para uma segunda operação, e ainda temos que comunicar com as autoridades de Hubei, por isso não podemos dar uma data para a próxima operação”, afirmou.
Sobre o custo da operação, o secretário salientou que esta era “uma responsabilidade do Governo” e por isso não “se vai pensar muito nos custos”.
A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, sublinhou que o chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, felicitou os funcionários dos Serviços de Turismo e o pessoal dos Serviços de Saúde, bem como a tripulação “por terem aceitado este desafio e por terem concluído esta operação com êxito”.
O aparelho, um Airbus A-321, vai ser desinfetado e ficar sem voar pelo menos durante sete dias.
Há 32 dias sem novos casos de infeção, Macau registou dez doentes, tendo todos já recebido alta hospitalar.
A epidemia de COVID-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.600 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em 92 países e territórios, incluindo 13 em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de COVID-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
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