4 de junho 2013 - 14h47 

O rastreio ao cancro oral, o quinto mais prevalente em Portugal, vai avançar ainda este ano, cabendo aos médicos de família encaminhar os casos suspeitos para os dentistas que depois realizarão uma biopsia para confirmar a doença.

A informação foi avançada à agência Lusa pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, organismo que está “a desenvolver com a Direção Geral da Saúde (DGS) as linhas de implementação para o programa cancro oral”.

O ator Michael Douglas assumiu recentemente que contraiu cancro oral devido à prática de sexo oral, através do qual foi infetado pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV).

Segundo a Sociedade Portuguesa de Papillomavírus, o HPV infeta principalmente as áreas genitais femininas e masculinas mas também qualquer outra região do corpo, tendo sido já encontrado em locais como olho, boca, faringe, vias respiratórias, ânus, reto e uretra.

Orlando Monteiro da Silva confirmou a existência de estudos que evidenciam que o HPV é detetado em até cerca de 25 por cento dos cancros orais, mas frisou que o álcool e o tabaco são as principais causas deste carcinoma.

Para o bastonário, os médicos dentistas estão “favoravelmente posicionados” para a deteção precoce deste cancro, a qual assume uma “extrema importância” nesta doença.

Isto porque o tratamento dos tumores da cavidade oral diagnosticados atempadamente apresenta taxas de sucesso muito elevadas, “daí a importância do arranque do programa cancro oral”.

Segundo Orlando Monteiro da Silva, a plataforma a utilizar neste programa será a mesma do cheque-dentista, embora a população alvo seja “totalmente diferente”.

“A população vai ser rastreada pelos médicos de família e depois ser encaminhada para os médicos dentistas que irão proceder ao diagnóstico através de uma biopsia e posterior encaminhamento em meio hospitalar”, explicou.

Neste programa serão envolvidas “centenas de médicos dentistas em todo o país” que estão a ser selecionados pela respetiva Ordem.

Em relação aos médicos de família, Orlando Monteiro da Silva considera que estes estão suficientemente sensibilizados para o flagelo que é esta doença.

Serão eles que irão observar a cavidade oral dos doentes e – no caso de lesões ou feridas – encaminhá-los para os médicos dentistas a quem cabe realizar uma biopsia.

Nos casos em que a biopsia tiver um resultado positivo, os doentes serão encaminhados para o devido tratamento hospitalar, adiantou o bastonário.

 Lusa