A clínica I-QMed onde quatro pessoas foram operadas aos olhos «não tinha licença de funcionamento», admitiu à TSF o delegado regional de saúde, Francisco Mendonça.

Quatro pessoas correm o risco de cegar depois de terem sido operadas numa clínica privada holandesa, I-QMed, em Lagoa, no Algarve. Um dos doentes, uma mulher de 35 anos com miopia tinha feito uma cirurgia para implantar lentes de contacto intra-oculares, mas dois dias depois da intervenção, a 22 de Julho, foi admitida na especialidade de oftalmologia no Hospital São José com uma infecção grave nos dois olhos, uma endoftalmite, que pode provocar a cegueira. Os outros três doentes, com idades entre os 65 e 88 anos, sofriam de cataratas.

Em declarações à TSF, o delegado regional de Saúde do Algarve, Francisco Mendonça explicou como teve conhecimento desta situação, acrescentando que a clínica I-QMed não tinha licença para funcionar.
«A ARS do Algarve só teve a informação de que quatro doentes teriam sido intervencionados nesta clínica e que estariam internados num hospital em Lisboa. Perantes esta notícia, como medida cautelar suspendeu-se a actividade da clínica»

«Nós tivémos esta informação no dia 27 de Julho mas nesse dia a clínica já estava fechada para obras. A clínica ainda recebeu a notificação da ARS no dia 28 de Julho e só poderá reabrir depois de apurados os factos pela inspecção-geral de Saúde e depois de estar devidamente licenciada», esclareceu Francisco Mendonça.

O director-geral de Saúde, Francisco George disse à TSF que o médico holandês, responsável pela clínica de Lagoa, está em contacto com o responsável do Hospital de Capuchos, onde os quatro doentes estão internados.

«Ele [o médico holandês] está ocorrente do problema e julgo que poderá estar a caminho de Portugal. Os doentes estão a ser devidamente tratados no Hospital dos Capuchos, no serviço de oftalmologia e, neste momento, o trabalho inspectivo está em desenvolvimento», referiu Francisco George.

Os quatro doentes estão internados no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, com «prognóstico muito reservado», avançou à TSF a unidade hospitalar.

Fonte: Lusa e TSF

2010-08-06