O estudo, da CDP - Disclosure Insight Action, uma plataforma de divulgação ambiental, analisa o comportamento das empresas cuja atividade tem mais impacto no ambiente e refere que as líderes estão a integrar metas de baixo carbono nos seus planos de negócios de longo prazo.

A EDP é apontada numa outra análise da CDP, feita a um grupo de empresas correspondendo a 12% do total de emissões de gases com efeito de estufa: "a empresa de energia portuguesa produziu cerca de 65% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis em 2016 e em 2020 espera subir para 75%, está planeado que as suas emissões relativas de dióxido de carbono sejam 30% abaixo do valor de 2015, no mesmo ano, tendo em vista o cumprimento da meta fixada para 2030".

Na avaliação geral da atividade das empresas tendo em conta o cuidado com o ambiente e o clima, são também referidas as empresas portuguesas Galp Energia e CTT.

A Galp Energia obteve nota A no que respeita às alterações climáticas e à água, a mesma classificação conseguida pelos CTT nas alterações climáticas e que significa que "estão num nível de liderança".

As empresas analisadas no estudo estão cada vez mais a ter em conta níveis de redução de emissões de dióxido de carbono que os cientistas dizem ser os necessários para evitar as alterações climáticas com consequências perigosas.

Como ficou estipulado no Acordo de Paris sobre combate ao aquecimento global, conseguido em dezembro de 2015, os países devem diminuir as reduções de emissões de gases com efeito de estufa para tentar limitar a subida da temperatura do planeta a dois graus Celsius acima dos níveis médios da era pré-industrial, o limite a partir do qual os cientistas defendem que os efeitos das mudanças dos clima serão graves.

"Mais empresas estão a planear o seu futuro de baixo carbono e 89% têm metas de redução de emissões este ano (contra 85% em 2016), 68% fixaram objetivos de redução para, pelo menos, 2020 (contra 55%) e 20% têm metas de longo prazo para 2030 e depois (contra 14%)", o que é considerado crucial para evitar os efeitos dos investimentos atuais nas infraestruturas de elevado carbono, refere a CDP.

Quanto ao caminho a percorrer para atingir as metas globais fixadas, a CDP, que obteve respostas de 1.073 empresas, refere que os objetivos atuais ainda deixam as empresas da amostra com apenas 31% do percurso necessário para conseguirem ser consistentes com a meta conter o aquecimento global nos dois graus, o que, no entanto, reflete uma melhoria de seis pontos percentuais relativamente aos 25% obtidos no mesmo estudo em 2016.

A CDP aponta ainda que 14% das empresas da amostra comprometeram-se com os "Science Based Targets" (objetivos baseados nos conhecimentos da ciência), uma iniciativa que juntou várias organizações internacionais, como a Global Compact das Nações Unidas ou a ambientalista WWF, e que visa conseguir a adesão das empresas (atualmente são 300) a fixarem as metas de descarbonização exigidas para manter o aquecimento global abaixo dos dois graus Celsius.

No último ano, a CDP refere um crescimento de 94 para 151 empresas a aderir àquela iniciativa, incluindo a portuguesa EDP e a Unilever.