"Nos últimos seis meses, Timothy sofreu uma recidiva da leucemia, que afetou sobretudo o cérebro, mas permaneceu protegido do vírus VIH", destacou a IAS em comunicado.

O seu companheiro anunciou na semana passada que Timothy Ray Brown estava em fase terminal. "Timothy não está a morrer de VIH, só para ficar claro", disse Tim Hoeffgen ao blogue do escritor e ativista Mark King. 

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Ray Brown escreveu uma página na história médica do VIH/Sida. Em 1995, quando morava em Berlim, soube que havia sido contaminado com o vírus da sida. Em 2006 foi diagnosticado com leucemia.

Para tratar a leucemia, o seu médico da Universidade Livre de Berlim usou um transplante de células-tronco de um doador que tinha uma mutação genética rara que lhe deu uma resistência natural ao VIH/Sida, na esperança de curar as duas doenças.

Foram necessários dois procedimentos dolorosos e de alto risco, mas o resultado foi um sucesso: em 2008, Brown foi declarado livre da Sida e do cancro.

Quando o marco médico foi anunciado, Timothy Ray Brown foi apresentado como o "paciente de Berlim" numa conferência médica para preservar o seu anonimato. Dois anos mais tarde, Timothy Ray Brown decidiu quebrar o silêncio e tornar-se uma figura pública, concedendo entrevistas e participando em conferências.

"Sou a prova viva de que pode haver cura para a Sida", disse à AFP em 2012.

Desde então, apenas outra cura, em março de 2019, foi anunciada graças ao mesmo método: o "paciente de Londres", que também acabou por revelar sua identidade, Adam Castillejo.

A complexidade e os riscos associados ao tratamento com o transplante de células-tronco impedem a generalização, sobretudo porque os antirretrovirais permitem em geral que o paciente tenha uma vida normal com o VIH.

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