23 de abril de 2014 - 08h41
Um estudo sobre a reação dos médicos perante a crise económica e um trabalho sobre a paisagem cultural do Tejo, com vista à apresentação de uma candidatura a património mundial, são hoje premiados em Lisboa.
Os dois projetos vão receber 25 mil euros e foram escolhidos para receber o Prémio de Investigação Santander Totta/Universidade Nova de Lisboa, resultado de um acordo de colaboração (já em sétima edição) entre a Universidade e o Banco e que distingue projetos de investigação nas áreas das Ciências da Vida, Ciências Sociais e Humanas e Ciências Exatas e Engenharias.
O estudo sobre a forma como os médicos estão a enfrentar a crise é coordenado pelo professor Giuliano Russo e resulta também de uma colaboração entre o Instituto de Higiene e Medicina Tropical e a Universidade Nova, devendo de estar pronto em 2015.
O estudo está agora a arrancar e pretende avaliar como estão a reagir os médicos às diversas mudanças no trabalho, explicou à Lusa o professor Giuliano Russo, acrescentando que há poucas evidências sobre a reação dos médicos à diminuição de salários ou ao aumento da carga horária.
“O que fazem os médicos? Há quem diga que vão para o setor privado, mas se o público e o privado estão em contração isso quer dizer que vão para o estrangeiro? Não há uma evidência científica sobre o que acontece”, disse à Lusa
Em Portugal, acrescentou, há muita tendência para estudos que “descobrem coisas” que todos já sabem, pelo que no caso do trabalho premiado o que se pretende saber e que não se sabe é “o que fazem os médicos”, que são “a figura central do Sistema de Saúde”.
O segundo trabalho premiado, com o título “A paisagem cultural do Tejo, um processo colaborativo de reconhecimento”, também já está em andamento e a coordenadora do mesmo, a professora Maria do Rosário Oliveira (Universidade Nova de Lisboa), não arrisca uma data para a conclusão.
Em declarações à Lusa explicou que o trabalho tem como objetivo final a apresentação de uma candidatura da “Paisagem Cultural do Tejo” a Património Mundial da UNESCO. E o melhor seria, disse, envolver nessa candidatura Portugal mas também Espanha, os dois países que partilham o rio Tejo.
O trabalho, disse, já começou há cerca de dois anos, a nível da administração central, e vai agora desenvolver-se a nível regional, junto dos 33 municípios (e associações de municípios) que estão ligados ao rio e que partilham uma passagem cultural mas também económica ou ambiental.
Pretende-se inverter a tendência de se pensar que “o Tejo é mais uma linha de separação do que de união” e olhar para o rio como “um fator de coesão”, explicou Maria do Rosário Oliveira, salientando que o rio Tejo contempla “uma área que envolve valores únicos” mas diversos, do alto e médio Tejo à lezíria e ao estuário, e onde “essa diversidade é uma mais-valia”.
“Há uma História que cruza todo o Tejo”, que por ser um recurso hídrico importante “somou acontecimentos” ao longo do tempo, disse também.
Os prémios são entregues na tarde de hoje, na reitoria da Universidade. O Banco, de acordo com um comunicado oficial, colabora atualmente com 45 universidades portuguesas e investe anualmente em Portugal mais de cinco milhões de euros em ações de responsabilidade social corporativa.
Lusa